TEXTO ÁUREO
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5.18).
VERDADE PRÁTICA
Ser cheio do Espírito pode se referir tanto ao batismo no Espírito Santo como também à vida plena no Espírito.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — At 4.7-9: Cheio do Espírito para testemunhar de Jesus
Terça — At 4.31: Cheio do Espírito como resultado da oração
Quarta — At 7.55: Cheio do Espírito como indicador da vida na plenitude do Espírito
Quinta — At 13.52: A alegria é um sinal de vida cheia do Espírito Santo
Sexta — Gl 5.16-18: Viver o fervor espiritual é o mesmo que andar no Espírito
Sábado — Cl 3.16: Características de quem vive a plenitude do Espírito
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 5.15-20.
15 — Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 — remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
17 — Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
18 — E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito,
19 — falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,
20 — dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
HINOS SUGERIDOS
153, 155 e 556 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar a necessidade de se viver o fervor espiritual.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- I. Destacar a importância da devoção na vida do crente pela Palavra e oração;
- II. Enfatizar a importância de manter-se “cheio do Espírito”;
- III. Prevenir a respeito da frieza espiritual.
PONTO CENTRAL
É preciso viver o fervor espiritual.
I – A IMPORTÂNCIA DA DEVOÇÃO PELA PALAVRA E ORAÇÃO
O apego à Palavra e o hábito de orar são indispensáveis à vida cristã. São práticas ensinadas ao povo de Deus desde o princípio, pois Deus fala por meio delas.
1. Devoção. A nossa ideia de “devoção” é de apego, dedicação e zelo, como o nosso apreço pela oração (Mt 26.41), o amor pela Palavra (Sl 119.97) e o apego ao jejum. Leitura da Bíblia, oração e jejum são importantes exercícios espirituais na vida da igreja desde o princípio. Tudo isso é válido e espiritualmente salutar para a vida cristã, mas torna-se eficaz quando acompanhada de santificação e de humildade, prudência e sabedoria (v.15).
A nossa prudência é para que essas práticas não venham se tornar motivo de exibição.
2. A oração e a Palavra. Todos nós conhecemos o jargão evangélico: “a oração é a chave da vitória”. Isso é verdade. Não existe vida espiritual abundante sem oração. Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, a oração é “o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento”. A oração é a alma do Cristianismo e expressa a nossa total dependência de Deus. O próprio Senhor Jesus Cristo tinha o hábito de orar (Lc 3.21; 6.12). Essa prática particular deve ser espontânea e contínua (1Ts 5.17). A leitura da Bíblia nos torna sábios e prudentes (2Tm 3.15; Sl 119.100).
3. O viver sabiamente (v.15). Esses exercícios espirituais devem ser colocados em prática no dia a dia, diferentemente do néscio: “vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios” (v.15). Existem pelo menos sete palavras gregas no Novo Testamento para “néscio”, mas a que o apóstolo usa nessa passagem só aparece aqui, é asophos , “tolo, sem juízo”. Paulo está contrastando a sabedoria cristã, que vem do Espírito, com a insensatez dos pagãos. Isso se torna claro no v.17, onde o apóstolo usa o termo aphron , “néscio, insensato”, e acrescenta que esses não entendem “a vontade do Senhor”. Devemos priorizar a vontade de Deus em nossas decisões, atitudes e não focar as aparentes vantagens, como faz o mundo. O modo de vida do crente não pode ser o mesmo padrão do mundo (Rm 12.1).
4. Remindo o tempo (v.17). Essa frase diz muito mais do que parece à primeira vista. O verbo remir significa “comprar de novo, resgatar, aproveitar o melhor possível”. A palavra “tempo” é bem conhecida entre nós, kairós , tempo no sentido de ocasião, oportunidade (Hb 11.15). Essas duas coisas são especialidades dos crentes, que cheios do Espírito Santo, resultam no viver sabiamente. O crente sabe aproveitar as oportunidades para fazer a obra de Deus, falar de Jesus às pessoas que ainda não conhecem o Evangelho (Cl 4.5) até mesmo em circunstâncias difíceis. Na verdade, tanto hoje como nos dias apostólicos, “os dias são maus”.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Devoção pela oração e leitura da Palavra, viver sábio e aproveitamento consciente do tempo são sinais de uma vida de fervor.
II – A IMPORTÂNCIA EM MANTER-SE “CHEIO DO ESPÍRITO”
A obra do Espírito Santo na vida do crente é dinâmica; Ele não fica estático a partir da conversão, pois a expressão “cheio do Espírito Santo” significa reacender a chama do Espírito. Não se deve confundir com a expressão “cheios do Espírito Santo” do Pentecostes (At 2.4).
1. “E não vos embriagueis com vinho” (v.18a). Essa frase é como a Septuaginta traduz: “Não olhes para o vinho” (Pv 23.31). A passagem em Provérbios explica as consequências destrutivas da bebedeira e a compara com a picada de uma cobra. A palavra usada para “contenda” significa também “devassidão, dissolução”. Esses termos são incompatíveis com a ética cristã (1Co 6.10), mas é muito comum entre os pagãos que procuram buscar a felicidade nos prazeres mundanos que resultam sempre em desgraças.
2. “… Mas enchei-vos do Espírito” (v.18b). Essa expressão indica renovação, novo enchimento do Espírito (At 4.8; 13.9). A ação do Espírito na vida cristã não é estática; nele somos renovados no nosso dia a dia. Essa experiência acontece reiteradamente em nossos dias e isso vem desde o Pentecostes. Os discípulos já tinham o Espírito antes do Pentecostes (Jo 20.22) e já eram salvos (Lc 10.20). Todos os crentes em Jesus, pentecostais e não pentecostais, batizados no Espírito Santo e não batizados, têm o Espírito Santo (1Co 3.16; Gl 3.2-5). O apóstolo se refere à plenitude do Espírito em “enchei-vos do Espírito”, que é característica típica dos pentecostais.
3. Não confundir com o batismo no Espírito Santo. Isso já foi estudado na lição 3. Em outras passagens, “cheios do Espírito Santo” diz respeito ao batismo o Espírito (At 2.4; 9.17), mas não é o caso em Efésios 5.18. O batismo no Espírito Santo é uma experiência distinta da conversão. O significado de palavras e expressões bíblicas na Bíblia deve ser entendido e interpretado à luz do seu contexto. Observe a frase: “Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse” (At 4.8). Ora, Pedro foi batizado no dia de Pentecostes, logo, a expressão mostra a dinâmica do Espírito na vida do apóstolo. Da mesma forma, o trecho “Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo” (At 13.9) fala de alguém já batizado no Espírito Santo (At 9.17,18), e é evidente que “cheio do Espírito Santo” se refere à plenitude do Espírito.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Viver cheio do Espírito é o oposto de viver em contendas, confusão e devassidão. Ser cheio do Espírito não combina com a embriagues do vinho.
III – VIGILANTES CONTRA A FRIEZA ESPIRITUAL
Você deve se lembrar de que um dos requisitos para compor o grupo dos sete diáconos era ser “cheios do Espírito” (At 6.3). Como identificar alguém cheio do Espírito? O apóstolo apresenta pelo menos três características: o testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão.
1. Testemunho transbordante (v.19). É um sinal evidente. Os cânticos são expressões de alegria e de louvor a Deus, além da função de instruir a igreja. Os cristãos expressam por meio dos hinos seus anseios, suas esperanças, aquilo que acreditam estar inspirado na vida das personagens bíblicas e nas promessas divinas. Os salmos são o Saltério de Israel, o livro dos Salmos, aos quais o Espírito dava uma vida nova. Muitos deles são adaptados à música ainda hoje no judaísmo e no cristianismo. Os hinos são uma referência às primeiras composições cristãs, e lamentamos o fato de não terem sobrevivido, mas algumas de suas estrofes estão no Novo Testamento: Filipenses 2.5-11 é um bom exemplo. Os cânticos espirituais, palavras não premeditadas cantadas no Espírito durante a adoração, são um poderoso meio de edificação que contribui para a glória de Deus (Cl 3.16).
2. Dar graça em tudo (v.20). Essa é a vontade de Deus e deve ser a marca de todos os cristãos (1Ts 5.18). Ser cheio do Espírito nos leva a uma vida alegre: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20). O Espírito Santo nos capacita a levar uma vida de gratidão a Deus Pai centrada em Cristo. Há diversas passagens tripartidas no Novo Testamento (Mt 28.19; 1Co 12.4-6; 2Co 13.13; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2), onde o Espírito Santo aparece com o Pai e com o Filho, e a passagem que estamos analisando é uma delas (vv.18-20).
3. Sujeição (v.21). O quebrantamento e a humildade expressam bem a plenitude do Espírito. A submissão é outra consequência de uma vida na plenitude do Espírito, pois o Espírito nos capacita a essa sujeição. É dever cristão se submeter às autoridades constituídas (1Pe 2.13), aos seus superiores hierárquicos (1Pe 2.18). Essa sujeição deve haver entre os irmãos na igreja (1Pe 5.5).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão identificam um crente cheio do Espírito.
CONCLUSÃO
O significado de “enchei-vos do Espírito” é ter a vida cristã na plenitude do Espírito Santo. Isso envolve todos os aspectos da nossa vida. Desde os cultos até o lar, desde o lar até o trabalho e a sociedade. Por meio desses testemunhos é possível observar quem é cheio do Espírito.
PARA REFLETIR
A respeito de “Vivendo o Fervor Espiritual” responda:
O que é devoção?
A nossa ideia de “devoção” é de apego, dedicação e zelo, o nosso apreço pela oração (Mt 26.41), o amor pela Palavra (Sl 119.97) e o apego ao jejum.
Como a Declaração de Fé das Assembleias de Deus define oração?
Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, a oração é “o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento”.
O que significa “néscio” em Efésios 5.15?
Tolo, sem juízo.
A que o apóstolo Paulo se refere ao usar a expressão, “enchei-vos do Espírito” em Efésios 5.18?
Essa expressão indica renovação, novo enchimento do Espírito (At 4.8; 13.9).
Como identificar alguém cheio do Espírito?
O apóstolo apresenta pelo menos três características: o testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão.
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