Jesus Cristo: Salvador e Senhor

Jesus Cristo: Salvador e Senhor

Certo homem de destaque perguntou a Jesus: — Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Jesus respondeu: — Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.
Você conhece os mandamentos: “Não cometa adultério”, “não mate”, “não furte”, “não dê falso testemunho”, “honre o seu pai e a sua mãe”.
Então o homem disse: — Tudo isso tenho observado desde a minha juventude.
Ouvindo isso, Jesus lhe disse: — Uma coisa ainda falta a você: venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro nos céus; depois, venha e siga-me.
Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.
Jesus, vendo-o assim triste, disse: — Como é difícil para os que têm riquezas entrar no Reino de Deus!
Porque é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.
Os que ouviram isto perguntaram: — Sendo assim, quem pode ser salvo?
Mas Jesus respondeu: — O que é impossível para o ser humano é possível para Deus.
Então Pedro disse: — Eis que nós deixamos nossa casa e seguimos o senhor.
Jesus lhes respondeu: — Em verdade lhes digo que não há ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais ou filhos, por causa do Reino de Deus,
que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, receberá a vida eterna.

Lucas 18:18-30

Além das Expectativas: Encontrando a Verdadeira Vontade de Deus

Queridos irmãos e irmãs, podem permanecer sentados. Vamos refletir sobre o texto que o Pastor Manuel leu anteriormente. Esse texto se encontra no livro de Lucas, capítulo 18. Peço que abram suas Bíblias novamente nessa passagem, que trata do jovem rico. Lucas, capítulo 18, a partir do versículo 18.

No versículo 18, começamos com uma pergunta. Jesus estava em um determinado lugar quando a Palavra de Deus nos relata que um jovem se aproximou dele.

Este jovem, conforme a Bíblia nos diz, era uma pessoa de destaque, alguém que se esforçava para seguir os mandamentos. Ele se aproximou de Jesus, iniciando um diálogo. No entanto, o desfecho dessa conversa não foi o que ele esperava ou desejava. Após receber uma resposta inesperada de Jesus, uma resposta que não era aquela que ele gostaria de ouvir, a Bíblia relata que ele se entristeceu. Segue-se então um diálogo entre Jesus e seus discípulos, culminando com uma resposta final de Jesus para eles. Assim, essa história nos é apresentada muito claramente.

O versículo 18 nos revela que ele era um príncipe, indicando que era uma pessoa distinta. Ele se aproxima de Jesus, que frequentemente mostrava cautela em relação aos elogios que recebia. Por exemplo, durante sua entrada triunfal em Jerusalém, apesar das aclamações, Jesus observou: “Essas pessoas me honram com os lábios, mas seus corações estão longe de mim.”

Essa observação é vital para nós também. Quando estamos na igreja, ou em qualquer outro lugar, cantar e orar não garante por si só que estamos agradando a Deus. Importante é a intenção com que adoramos. Ao se referir a Jesus como “bom Mestre”, o texto destaca que Jesus era um excelente professor, um verdadeiro mestre, cuja função é ensinar.

Quando chamamos Jesus de “bom mestre”, estamos declarando com nossas palavras que O aceitamos como nosso mestre, aquele que nos ensina. No entanto, se Ele nos ensina e nós não acolhemos Seus ensinamentos, isso se torna hipocrisia. Afirmar que Ele é um “bom mestre” implica que, se realmente acreditássemos nisso, aceitaríamos Seus ensinamentos. Jesus já conhecia o coração daquele jovem; ele o chamava de bom mestre, mas não estava verdadeiramente disposto a seguir seus ensinamentos.

Esse comportamento não é raro. Muitas pessoas chamam Jesus de “bom mestre”, mas não estão dispostas a aceitar o que Ele ensina. Dizem “Jesus é meu Senhor”, mas não querem ser servos. Proclamam “Jesus é meu pastor”, mas não estão prontas para serem ovelhas.

Portanto, quando alguém afirma que “o Senhor é meu pastor”, mas não se comporta como um servo, essa pessoa está mentindo. Ela honra com os lábios, mas é hipócrita. No íntimo, não tem Jesus como Senhor. Diz, “Jesus é meu pastor”, mas na realidade, não é uma ovelha; é um bode que não obedece. Isso é hipocrisia, e o Senhor não aceita tal comportamento.

Esse jovem, ao afirmar que Jesus era um bom mestre, na verdade não aceitava o que Jesus ensinava. Irmãos, se estamos aos pés de Jesus e não estamos dispostos a aceitar Seus ensinamentos, estamos agindo exatamente como esse jovem. Proclamamos que Jesus é bom, mas, na verdade, estamos negando-o.

Será que estamos negando Jesus com nossas atitudes? Aquele jovem, com suas palavras, proclamava que Jesus era bom, mas na prática, quando chegou o momento de demonstrar isso, o que ele fez? No seu coração, ele duvidava da bondade de Jesus. E Jesus, conhecedor dos corações, o desafiou: “Por que me chamas bom?” Jesus sabia que o jovem não estava verdadeiramente comprometido, apesar de ouvir seus ensinamentos.

Existem pessoas que se aproximam de Jesus, que fazem perguntas ou oram, mas não O amam verdadeiramente. Elas falam com Jesus, mas seus corações estão distantes.

Quando Jesus fala, há pessoas que rejeitam, que não querem ouvir, e foi exatamente isso que aconteceu com esse jovem. O Senhor lhe perguntou: “Conhece os mandamentos?” Quantos mandamentos são, irmãos? São dez, mas note que Jesus mencionou apenas alguns. Existem os mandamentos que se relacionam diretamente com Deus e aqueles que se relacionam com o próximo.

Jesus mencionou apenas os mandamentos relacionados ao próximo, como “Não adulterarás”, “Não matarás”, “Não furtarás”, “Não dirás falsos testemunhos” e “Honra teu pai e tua mãe”. Ao ouvir isso, o jovem afirmou que tinha seguido todos esses mandamentos desde a sua juventude.

Ouvindo essa afirmação, o jovem queria sugerir que já cumpria plenamente a lei. Mas Jesus, olhando profundamente para ele, disse: “Ainda te falta uma coisa.” Não se tratava de qualquer coisa, mas de algo fundamental: “Vende tudo quanto tens e distribui aos pobres, e terás um tesouro no céu.” Note que Jesus especificou “tudo quanto tens”, enfatizando a totalidade do sacrifício requerido, não apenas uma parte.

Jesus não prometeu ao jovem riquezas terrenas, mas garantiu que, se seguisse Seus conselhos, teria um tesouro no céu. “Depois disso, vem e segue-me”, disse Jesus. Ao ouvir essas palavras, o jovem, conforme descrito no versículo 23, não apenas ficou triste, mas a Bíblia enfatiza que ele ficou muito triste. E por que essa tristeza profunda? Porque ele era muito rico, possuía muitas coisas.

Jesus, percebendo a extensão de sua tristeza, viu que o jovem ficara extremamente abalado. Ele não esperava que Jesus pedisse algo tão radical. A repetição no texto bíblico — “muito, muito triste” — destaca o impacto devastador das palavras de Jesus sobre ele, confrontando-o com a verdade de que suas posses eram um grande obstáculo para seu caminho espiritual.

Às vezes, esperamos que Jesus nos trate de uma certa maneira, mas Ele nos surpreende com exigências que não desejamos enfrentar. Quem, afinal, quer perder algo? Ninguém, irmãos, ninguém deseja abrir mão do que possui. E é exatamente isso que mexe com cada um de nós. O que Jesus estava pedindo a esse jovem? Que ele perdesse algo. E o que ele tinha não era pouco, era muito.

Devemos nos perguntar: estamos dispostos a perder algo por amor a Jesus? Em outro trecho das Escrituras, Jesus questiona: “O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a salvação?” Esse jovem, apesar de desejar a vida eterna, não queria perder seus bens terrenos. Ele preferia continuar agarrado ao que possuía. Mas Jesus o convidou a abrir mão de tudo. E a reação do jovem? Ele ficou profundamente triste.

Então, o que podemos aprender com isso? Estamos realmente dispostos a fazer sacrifícios significativos por nossa fé? Podemos abraçar as perdas necessárias para ganhar algo de valor eterno?

Não adianta chamarmos Jesus de bom mestre se não estamos dispostos a obedecê-lo. A desobediência revela falta de confiança. Jesus deseja que confiemos nele, mas aquele jovem não confiava. Ele falhou no teste. Após ouvir as exigências de Jesus, a Bíblia relata que Ele começou a falar, e aqueles ao seu redor se perguntaram: “Quem pode salvar-se?”

Pedro então interveio, dizendo: “Nós deixamos tudo e te seguimos.” Embora Pedro não fosse materialmente rico como o jovem, ele reconheceu que tinha feito um sacrifício significativo. Para Pedro, era mais fácil abrir mão do pouco que tinha, sugerindo que quanto menos possuímos, menos temos a perder.

Quanto mais possuímos, mais temos a deixar. Assim, quanto maior o nosso apego material, mais desafiador se torna alcançar a vida eterna. O que o Senhor está nos ensinando? Quanto mais nos apegamos aos bens deste mundo, mais difícil é entrar no reino dos céus. Estar profundamente ligado às coisas terrenas complica nossa jornada espiritual.

Para entrar no céu, precisamos deixar tudo. E será que é fácil fazer isso? Não, é muito difícil. Mesmo que o “tudo” que possuímos pareça pouco, desapegar-se dele é uma grande provação.

E Jesus responde a Pedro da seguinte forma, atenção irmãos a esta passagem crucial: “Ninguém há que tenha deixado casa, pais, irmãos, esposa ou filhos pelo reino de Deus que não receba muito mais em retorno.” Aqui Jesus destaca que algumas pessoas terão que abandonar propriedades, familiares, e até mesmo suas relações mais próximas por causa do reino de Deus.

Vocês já refletiram sobre isso? O que Jesus está realmente nos dizendo? Todos esses vínculos e posses são formas de riqueza, mas é essencial que não estejamos apegados a eles. Pedro, por sua vez, expressa sua condição dizendo: “Nós deixamos tudo e te seguimos.” Ele estava afirmando a Jesus que não estava apegado a nada.

Quando Pedro afirma que “deixamos tudo”, ele realmente se refere a tudo. Conforme está escrito, ele abandonou sua casa, os pais, irmãos, esposa e filhos pelo reino de Deus. Agora, vamos considerar o versículo 30, que talvez o jovem rico não tenha esperado para ouvir. Ao finalizar, Jesus diz que aqueles que renunciam a tudo por Ele não só receberão recompensas neste mundo, mas também, na vida futura, a vida eterna.

Jesus está destacando aqui quem são os verdadeiramente fiéis. O fiel é aquele que não abandona Jesus por nada, absolutamente nada. E para quem é fiel, há a promessa de que Jesus nunca o abandonará.

Devemos ter confiança em quem? Em Jesus. O jovem rico confiou em Jesus? Não, ele não confiou. E Pedro, confiou em Jesus? Sim, Pedro confiou plenamente. E nós, em quem confiamos? Sim, irmãos, nós confiamos em Jesus.

Não nos apeguemos a nada neste mundo; tudo aqui é mera ilusão. Sempre que algo se apresentar como um obstáculo à nossa capacidade de servir a Deus em Espírito, devemos reconhecer que são as coisas terrenas que nos impedem de nos aproximarmos Dele. O que impedia aquele jovem eram suas posses materiais, e é apenas o apego a essas coisas terrenas que pode nos bloquear no caminho para a salvação.

A Bíblia nos assegura que receberemos bênçãos nesta terra — uma promessa para aqueles que permanecem fiéis a Deus. Portanto, sejamos fiéis, irmãos, pois Deus tem muito reservado para cada um de nós.

O jovem ficou triste porque esperava ouvir algo diferente de Jesus. Nós também podemos nos sentir desapontados quando as palavras de Jesus não correspondem aos nossos desejos. No entanto, o que realmente importa não é a nossa vontade, mas a de Deus. Lembremo-nos de Jesus no Jardim do Getsêmani, quando Ele orou: “Ó Pai, se for possível, afasta de mim este cálice. Todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres.” Naquele momento, a vontade de Deus não era remover o sofrimento de Jesus — uma das poucas vezes que uma oração de Jesus não foi atendida conforme Ele desejava. Mas Jesus sabia que a vontade de Deus era superior à nossa.

Devemos ter a convicção de que, quando Deus não responde da maneira que esperamos, Sua vontade está agindo de maneira ainda mais significativa para o nosso bem. Isso era o que aconteceria com o jovem rico, que, por não compreender isso, escolheu não aceitar Jesus como seu mestre. Que não cometamos o mesmo erro, irmãos.

Agora, passo a palavra novamente ao pastor Emanuel. Guardemos essa reflexão e que Deus nos abençoe em nome de Jesus. Amém. A semente foi plantada.

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