Lição de número 3, dons de revelação. O texto áureo está em 1º Coríntios, no capítulo 14, verso 26. Vamos todos ler juntos.
Texto áureo:
“Que fareis, pois, irmãos, quando vos ajuntais? Cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.”
(1 Coríntios, capítulo 14, versículo 26)
Verdade prática:
Os dons de revelação divina são indispensáveis à igreja atual, pois vivemos em um tempo marcado pelo engano.
Leitura bíblica em classe: 1 Coríntios, capítulo 12, versículos 8 e 10; Atos, capítulo 6, versículos 8 a 10; e Daniel, capítulo 2, versículos 18 a 22.
Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria, e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência. E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar. E a outro, operações de milagres; e a outro, profecia; e a outro, discernimento de espíritos.
E a outra não pode exaltar a memória da vida, e a outra não pode existir. E estavam cheios de fé e de poder, faziam prodígios e grandes sinais entre o povo. E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.
Falou Daniel e disse: “Seja bendito o nome de Deus para sempre, porque dele é a sabedoria e a força. A Ele pertencem o tempo e a eternidade. Ele revela o profundo e o escondido, e conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz. Amém.”
“Senhor nosso Deus de paz, te agradecemos pela leitura da Tua Palavra. Abençoe agora, Senhor, a Escola Bíblica Dominical, abençoando a cada irmão, Senhor, que aqui está, a cada irmã, iluminando, Senhor, a nossa mente, em nome de Jesus. Amém.”
“Irmão Marli, pode fazer a chamada.” Amém, irmãos, glória a Deus.
Vamos iniciar a Escola Dominical desta manhã?
Hoje vamos meditar um pouco sobre os dons de revelação. Quais são esses dons.
Nesta lição, temos três tópicos que vamos explorar. A lição está dividida em três partes: Dons de Revelação.
No primeiro tópico, dentro desse tema, dons de revelação, vamos meditar sobre o dom da palavra da sabedoria.
No segundo tópico, a palavra da ciência, e no terceiro e último, discernimento dos espíritos, que são os três dons de revelação: palavra da sabedoria, palavra de conhecimento e discernimento de espíritos. Então, esses são os três dons de revelação que vamos meditar hoje.
Cada tópico representa um dom diferente. Para isso, primeiro, vamos recapitular as duas primeiras lições. O que são… Os dons espirituais. Os dons espirituais, como já vimos, são presentes de Deus. Presentes imateriais. São presentes que não têm natureza material, todo dom é imaterial, um presente não material, que Deus dá a cada um, a quem Ele quer, pela Sua graça. Os dons espirituais. O que são os dons espirituais? Os dons espirituais são recursos que Jesus dá à Sua igreja para a edificação da igreja.
Então, os dons são uma espécie de ferramenta; é um presente, mas é um presente dado à igreja. São os recursos nos quais Deus capacita os membros da igreja a atuarem com um poder não natural, algo que não é normal, algo sobrenatural, dentro da igreja, visando o crescimento da mesma.
Qual é a finalidade dos dons espirituais? Nós vemos na lição do domingo passado, da lição anterior, da lição número dois. A finalidade, para que servem os dons? Para que são os dons?
Nós já mencionamos que é para o crescimento da igreja, para edificar a igreja, consolar e exortar. É para ampliar o conhecimento da igreja e o poder que ela tem de proclamar o evangelho do Senhor Jesus. Além disso, é para ser útil. Ou seja, os dons espirituais não são para algo inútil, mas para algo útil, como a palavra de Deus. Ela nos diz e nos orienta em tudo o que for útil.
Quando os dons espirituais são manifestados, eles se declaram. O que eles manifestam? O que aparece? Surge o poder de Deus quando são dons de milagres, dons de curar, como já vimos, o dom da fé, o dom das variedades de línguas. Nesses casos, podemos observar o poder de Deus. E quando o dom da palavra, da sabedoria, a palavra de conhecimento são manifestados, expressa-se então a sabedoria de Deus.
Agora, antes de continuarmos nessa linha, vamos entender o objetivo da lição de hoje. Creio que já tenha ficado claro. O objetivo da nossa lição de hoje é explorar os dons que manifestam a revelação. No primeiro ponto da lição, vamos abordar o que é o dom da sabedoria. No segundo ponto, o objetivo é explicar o dom da ciência, e no último tópico, vamos refletir um pouco sobre o dom do discernimento de espíritos.
Então, vamos agora adentrar na lição. Ao abrirmos a Bíblia e lermos a leitura bíblica em classe, no verso 8… E no verso 10, observamos: Por que a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria? A outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência. Ciência é conhecimento. Quando se fala em palavra da ciência ou palavra de conhecimento, é a mesma coisa. Agora, o verso 10. E a outro? A operação de maravilhas e a outra profecia, e a outro o dom de discernir os espíritos.
Então, hoje vamos examinar três desses dons. Quais são eles? Dois estão no versículo 8 e um no versículo 10, todos classificados como dons de revelação. Primeiro, a palavra de sabedoria. Segundo, a palavra da ciência, e o terceiro, o dom de discernir os espíritos. Portanto, esses são os três dons que abordaremos hoje, classificados como dons de revelação.
Os dons mencionados em I Coríntios, no capítulo 12, são categorizados em três grupos. Primeiro, a categoria que veremos hoje, o dom de revelação, seguido pelos dons de poder e os dons de expressão. Os dons de poder incluem o dom da fé, os dons de curar e os dons de operação de maravilhas. Já os dons de expressão envolvem a linguagem, o falar e o expressar, constituindo a terceira categoria de dons.
A profecia é composta pelos dons de línguas e os dons de interpretação de línguas. Então, os dons espirituais, que são nove, são divididos em três grupos principais. Cada grupo contém três dons específicos. Os dons de revelação que estudaremos hoje são o dom da palavra de sabedoria — não é o dom de sabedoria, mas o dom da palavra de sabedoria. Ou seja, o dom não é a posse da sabedoria em si, mas a posse da palavra de sabedoria. Além disso, o dom da palavra de ciência e o dom de discernimento de espíritos compõem essa categoria. Portanto, a primeira categoria abrange os dons de revelação.
Depois, no meio, temos os dons de poder, que incluem a fé e os dons de cura. Posteriormente, abordaremos os dons de operação de maravilhas na próxima lição, que será ministrada na terça-feira. A terceira categoria e última dentro dessas classificações é a categoria dos dons de expressão, que exploraremos no próximo domingo. Essa categoria inclui os dons da profecia, o dom de línguas e o dom de interpretação de línguas.
Hoje, estaremos na primeira categoria, que inclui o dom da palavra de sabedoria, o dom da palavra da ciência e o dom de discernimento de espíritos. Amém? Então, vamos para o primeiro ponto. Vimos que os dons de revelação são compostos por três dons. Quais são eles? Primeiro, os dons da palavra de sabedoria, que é o nosso primeiro ponto. E o que é a palavra de sabedoria? No primeiro subponto, exploraremos o conceito. Então, vamos lá. O que é a palavra de sabedoria?
Quando vemos a expressão “palavra de sabedoria”, percebemos que se refere a algo que é dito. Ou seja, a sabedoria em si não se expressa apenas em palavras. Por exemplo, uma pessoa pode ser sábia e manifestar essa sabedoria em sua atitude, comportamento e maneira de se vestir. No entanto, essa sabedoria não é a abordada aqui. O dom de sabedoria não está na prática, mas sim na palavra dita. Deu para perceber? A Bíblia Sagrada diferencia dois tipos de sabedoria. Há a sabedoria como virtude, poder, relacionada ao que fazemos na prática. Por exemplo, quando alguém fala ou faz algo que não deveria, não sendo pecado, mas uma escolha imprudente, dizemos o quê? Faltou sabedoria a essa pessoa para agir dessa forma, para fazer isso. No entanto, essa não é a sabedoria tratada como dom. Esse dom de sabedoria está relacionado à palavra que sai pela boca, aquilo que é dito, daí o termo “palavra de sabedoria”.
Se a Bíblia falasse simplesmente em “dom de sabedoria”, sem essa repetição da palavra “palavra”, então seria referente à atitude. No entanto, a Bíblia, sendo precisa, conceitua de forma clara ao usar a expressão “dom da… palavra de sabedoria”. O que isso significa? Significa que a sabedoria que é expressa pela pessoa não é dela própria. Isso não implica que essa sabedoria pertence à pessoa. Pelo contrário, é algo que transcende a pessoa. Em outras palavras, a pessoa não manifesta a própria sabedoria; ela não é sábia por si mesma. O que ocorre é que, naquele momento, uma palavra é dada a ela. Quando ela fala, não está falando por si mesma, mas sim por outra pessoa, que é o Espírito Santo. Portanto, isso não indica que a pessoa é intrinsecamente sábia; significa que, naquele momento específico, ela expressou uma palavra de sabedoria. Assim, há essa distinção. Ter o dom da palavra de sabedoria não implica que a pessoa é sábia permanentemente. Entendeu? Significa que, naquele momento, ela recebeu uma palavra sábia, falando não por si mesma, mas por meio do Espírito Santo. Esse é o dom.
Agora, observe bem o primeiro subponto. Ele começa assim: Conceito, conceito. Mais abaixo, acrescenta: Refere-se a uma capacitação divina, ou seja, uma habilidade recebida pela pessoa, divina, sobrenatural, para tomadas de decisões sábias em circunstâncias extremas e difíceis. No final, é acrescentado que essa capacidade ocorre por meios sobrenaturais. Outra observação aqui é que não é como muitas pessoas imaginam, em que a pessoa, ao ter o dom da palavra de sabedoria, pode acessá-lo a qualquer momento, como se fosse uma habilidade sob controle. Não, não é assim que funciona. O dom é manifestado, mas não é controlado pela pessoa que o possui. Os dons espirituais têm essa característica.
Os dons, ao contrário dos dons não espirituais, que chamamos de talentos, são geralmente controlados pela pessoa que os possui. Por exemplo, um jogador de futebol com o dom de jogar e driblar pode decidir driblar um adversário porque deseja fazê-lo. No entanto, nos dons espirituais, não funciona dessa maneira. Nos dons espirituais, não é quando a pessoa que é um instrumento deseja, mas sim quando o Espírito Santo quer e se manifesta. Portanto, não é a pessoa que controla o dom que possui; ela tem o dom, mas não tem controle sobre ele. Pelo contrário, é o dom que controla a pessoa no sentido de se manifestar quando quer. Entendeu? Então, aqui…
No segundo subponto, sobre a Bíblia e a palavra de sabedoria, é importante observar que a Bíblia por si só é uma fonte de sabedoria prática. Aprendemos, como estamos fazendo agora, adquirindo sabedoria para viver. No entanto, quando encontramos esses dons de sabedoria na Bíblia, na palavra de Deus, notamos que existem diversos dons de palavras de sabedoria, ou seja, são muitos. No manual da igreja, encontramos outra definição de palavra de sabedoria na página 455, número 997. Vamos seguir essa conceituação.
O dom da sabedoria, conforme o Pastor Emmanuel acabou de ler, tem o objetivo de agir em situações difíceis em que, humanamente, com nossa própria capacidade, não conseguiríamos resolver. Em outras palavras, mesmo com todo o conhecimento bíblico que possuímos e toda a inteligência humana que temos, seria impossível solucionar o problema. A palavra de sabedoria nos coloca em situações em que seria impossível resolver o problema apenas com nossa capacidade, e é aí que o dom se manifesta.
Então, esse dom da palavra de sabedoria não se manifesta de maneira convencional. Por exemplo, na leitura bíblica em classe, conforme o livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, verso 10, Estevam foi apedrejado porque estava sendo acusado de heresia. Nessa situação difícil, onde ele foi apedrejado e morto, não escapando da morte, Deus permitiu que isso acontecesse. Contudo, diante de seus oponentes, das pessoas que o acusavam, Deus fez com que Estevam manifestasse o dom da sabedoria. Cada palavra que ele pronunciava naquele momento difícil estava repleta de sabedoria.
No versículo 10, a narrativa destaca que os oponentes não podiam resistir à sabedoria e ao espírito com o qual Estevam falava. Ele pronunciava palavras cheias de sabedoria. Os adversários não conseguiam resistir à sabedoria que ele manifestava. Estevam não estava vivendo um momento normal; estava enfrentando uma situação difícil. E nesse momento desafiador, a sabedoria de Deus se manifestava nas palavras que saíam de sua boca.
Essa é a natureza da sabedoria manifestada. Um exemplo semelhante ocorreu quando tentaram pegar Jesus. As pessoas queriam capturá-lo, e Jesus manifestou a palavra de sabedoria. Quando questionado sobre o pagamento de impostos, Jesus poderia ter caído em uma armadilha. Se dissesse que era para pagar impostos, revoltaria o povo. Se afirmasse que não era, estaria desobedecendo à lei e poderia ser perseguido pelo governo. Jesus foi colocado entre a cruz e a espada. Qual foi a resposta de Jesus? “Dai a César o que é de César”, mostrando sabedoria ao agradar o governo.
E agora, a outra parte para agradar o povo, que é de Deus. Ninguém imaginaria que Jesus responderia dessa maneira. Hoje, ao ler a Bíblia, é fácil compreender, mas naquela situação, a pergunta sobre a quem deviam pagar, se a Deus ou aos homens, não era simples. Humanamente falando, muitos escolheriam “a Deus”. No entanto, Jesus respondeu: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Essa resposta é extraordinariamente sábia e foi dada em um momento extremamente difícil. Não é algo que poderíamos discernir apenas com nossa capacidade humana.
Finalizando este primeiro tópico, no último subtópico, destaco a importância de uma liderança sábia. Todos nós lideramos em alguma área de nossas vidas. Por exemplo, o pastor lidera a igreja, os maridos lideram suas famílias, e as esposas casadas lideram suas casas e filhos, cuidando de aspectos espirituais e materiais. A palavra de sabedoria é crucial para evitar problemas desnecessários e, quando confrontados com desafios, pode resolver problemas, como vemos no caso de Salomão.
Salomão enfrentou um problema sério quando duas mulheres alegavam ser a mãe do mesmo filho, ambas demonstrando amor pela criança. Hoje seria fácil resolver com um exame de DNA, mas naquela época não havia essa opção nem certidões de nascimento como temos hoje.
Então, Deus concedeu a Salomão uma palavra de sabedoria naquela situação. “Pega, mata a criança, racha ela no meio, então divide a criança.” Naquele momento, a verdadeira mãe manifestou seu amor, recusando-se a deixar a criança ser dividida. Assim, Salomão discerniu quem era a mãe verdadeira. Essa percepção é algo humanamente impossível. Amém? Agora, vou passar a palavra para os irmãos para manifestarem ou acrescentarem algo mais. Começando pela nossa irmã Carmen. Pode ficar à vontade para concluir este primeiro tópico da lição.
Nesse primeiro tópico da lição, vimos a palavra da sabedoria. A palavra de sabedoria não é um conhecimento, mas sim uma palavra concedida especificamente para atender a uma necessidade específica. Após essa necessidade, a pessoa não manifesta diretamente esse dom. Isso ocorre em um momento específico e circunstancial. A pessoa não possui o dom, ela o recebe naquele momento e circunstância para aquela necessidade específica. Esse dom é extremamente necessário e a palavra de Deus destaca que ele é concedido quando necessitamos dele, em momentos extremamente difíceis, como vimos nos exemplos de Jesus, Salomão e Estevam, proporcionando soluções ou fornecendo o necessário para a circunstância.
Concluindo este primeiro tópico, irmãos, a sabedoria, a palavra de sabedoria aqui não é uma sabedoria humana comum. Não é uma sabedoria que a pessoa manifesta quando quer. Essa sabedoria é uma capacidade milagrosa. Quando falamos em milagre, compreendemos que não é algo normal. Nenhum ser humano, mesmo o mais inteligente do mundo, manifestaria essa sabedoria em sua capacidade normal. Portanto, é algo sobrenatural, além do natural, extraordinário. Esse dom é concedido para tomar decisões difíceis de maneira sábia em circunstâncias extremamente desafiadoras. Amém?
Agora, passaremos para o segundo tópico da lição, que aborda a palavra da ciência ou palavra de conhecimento, que são termos intercambiáveis. O que é o dom da ciência e do conhecimento? Apesar de já indicar a resposta, que é conhecer, precisamos entender o que exatamente se refere a esse conhecimento. Não é o conhecimento comum, algo que todo mundo sabe. Este tipo de conhecimento é extraordinário, revelando fatos e circunstâncias ocultas. São informações que não seriam acessíveis por meios convencionais. Daniel, no versículo 22, escreve sobre isso: “Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas.” Quando se menciona trevas, refere-se a algo que não pode ser conhecido através de meios normais, algo que está oculto e não visível.
A palavra de conhecimento, como dom, revela aquilo que, humanamente falando, seria impossível de conhecer por meio do conhecimento natural. Essa revelação pode envolver tanto aspectos positivos quanto negativos, sendo uma palavra que tem a finalidade, como o Pastor Emmanuel mencionou, de edificar a igreja, mantê-la e protegê-la.
Então, qual é a função? Nós já falamos: é proteger, preservar e livrar a igreja do engano e do maligno. Existem exemplos bíblicos dos dons da palavra da ciência. Onde vemos na Bíblia esse dom ser manifestado? Onde vemos esse dom de conhecimento ser manifestado?
Primeiro, existem vários, muitos e muitos exemplos. Certa vez, um homem veio à mão, como todos nós conhecemos, né? A Naamã foi a Eliseu. A Bíblia relata que Eliseu nem foi recebê-lo, nem o viu; enviou Geazi, que era seu empregado. Eliseu não foi recebê-lo pessoalmente; então, Geazi foi em seu lugar. Ele ficou indignado, pois Naamã era uma autoridade, e o profeta não iria receber uma autoridade. A história é conhecida por muitos, mas para resumir devido ao tempo, Naamã foi até lá, mergulhou sete vezes no Jordão, foi curado, ficou extremamente feliz e quis pagar a Eliseu pela cura. Como gesto de gratidão, ele queria dar dinheiro a Eliseu. No entanto, Eliseu recusou; não quis aceitar o pagamento. Geazi viu aquilo, ficou indignado e pensou: “Como Eliseu não vai aceitar esse dinheiro?” Então, esperou Naamã sair e o seguiu, dizendo a Naamã que Eliseu tinha mudado de ideia e queria o dinheiro. Naamã foi e deu o dinheiro e os tesouros a Geazi. Nesse momento, Eliseu, embora estivesse longe, dentro de casa, como se estivesse assistindo a uma tela de cinema, viu a cena. Mesmo a uma grande distância, Eliseu viu o que estava acontecendo. Quando Geazi chegou, Eliseu disse que já sabia onde ele estava, mas perguntou: “Onde você estava?” Geazi negou, disse que não estava com Naamã. Na mesma hora, o que aconteceu? A lepra que estava vindo para a mão de Naamã passou para Geazi. Isso é o quê? Foi uma palavra de conhecimento. Havia alguma maneira humana de ele ver aquilo? Não havia.
Outra manifestação do dom da palavra de conhecimento que observamos é quando o próprio Daniel começa a falar e, ao fazê-lo, desvenda o sonho de Nabucodonosor. Assim, resumindo este segundo tópico da lição, a palavra de conhecimento refere-se a tudo aquilo que não conhecemos e não podemos conhecer humanamente falando.
Outro exemplo trazido pela lição para concluir este ponto da Bíblia é o caso de Ananias e Safira. Pedro estava no local quando Ananias chegou, seguido por Safira. Eles afirmaram ter vendido uma propriedade por determinado valor, mas, na verdade, tinham vendido por um valor superior. Pedro declarou que eles não mentiram para ele, mas para o Espírito Santo. Quem fez Pedro conhecer esse fato? Foi o Espírito Santo, por meio do dom da ciência. Portanto, quando se menciona que o dom da ciência é algo humanamente impossível de saber, é pelo Espírito Santo, através do dom do conhecimento, que essa revelação ocorre. Amém? Ficou claro a diferença entre o dom da palavra de conhecimento e o dom da palavra de sabedoria? A palavra de sabedoria não busca conhecer algo, mas sim resolver uma situação específica. Ela proporciona uma solução. No caso do conhecimento, a ênfase está em compreender algo que ocorreu no passado ou está acontecendo no presente.
A profecia, por sua vez, é diferente. A profecia está relacionada ao futuro, ao que vai acontecer. A palavra de conhecimento, por sua vez, está relacionada ao presente, envolvendo algo que está ocorrendo no momento ou que aconteceu no passado. Já a palavra de sabedoria é direcionada para resolver alguma situação ou problema específico, como já discutimos anteriormente. Essa manifestação ocorre de uma maneira única, sobrenatural, com o propósito de preservar a vida da igreja, livrando-a do engano e das artimanhas do maligno.
Agora, para o último tópico da lição e último dom abordado hoje, temos o discernimento dos espíritos. No primeiro subponto, temos o dom de discernir os espíritos, que também está dentro da classificação de revelação. Quando falamos em discernir, estamos julgando, distinguindo, fazendo diferenças, separando. Portanto, discernimento dos espíritos refere-se à habilidade de diferenciar entre os espíritos. Mas o que significa “espírito”? O espírito é aquilo que não se vê.
O homem natural geralmente percebe o que está visível exteriormente. Por exemplo, observamos a aparência de uma pessoa, seu modo de se vestir, sua maneira de falar, mas isso é apenas superficial. Não estamos lidando com a verdadeira natureza espiritual da pessoa, pois já estamos enxergando com os olhos físicos, carnais. Quando se fala em discernir os espíritos, refere-se a algo que não é visível, algo oculto, que não pode ser percebido superficialmente. É aquilo que está além da aparência exterior, algo que está se manifestando de maneira não evidente. Portanto, discernir os espíritos ocorre quando eles não se manifestam, quando estão escondidos, não à vista.
Na Bíblia, encontramos várias situações que ilustram isso, mas dois exemplos bastante claros são Pedro e a afirmação de Jesus sobre ele. Em uma reunião dos discípulos com Jesus, quando Ele perguntou quem as pessoas diziam que Ele era, Pedro respondeu que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus esclareceu que aquela revelação não veio dos homens, mas de Deus. Contudo, na mesma reunião, quando Jesus falou sobre sua morte iminente, Pedro, que anteriormente recebera uma revelação de Deus, contestou dizendo que Jesus não deveria sofrer. Nesse momento, Jesus repreendeu Pedro, identificando que aquela fala contrária à vontade de Deus estava sendo influenciada por forças espirituais adversas ao plano divino.
Agora, observe atentamente a palavra que Pedro pronunciou. Foi uma palavra boa ou ruim? Aparentemente, foi boa, pois Pedro estava expressando o desejo de preservar a vida de Jesus. Você está acompanhando? Em outro momento, Pedro também proferiu uma palavra boa ao afirmar que Jesus era o Filho de Deus. Essa revelação não veio de Pedro, mas do Espírito Santo, conforme Jesus esclareceu.
No entanto, em outra ocasião, o espírito que estava falando pela boca de Pedro era Satanás. Jesus repreendeu não Pedro, mas o espírito maligno ao dizer: “Para trás de mim, Satanás.” Jesus não se dirigiu a Pedro, mas à influência satânica por trás daquelas palavras. Assim, praticamente no mesmo momento, Pedro foi usado pelo Espírito Santo e, na mesma circunstância, foi influenciado pelo diabo. É como se fosse no mesmo culto. Agora, como resolver isso? Aqui entra o dom de discernir os espíritos, pois visa distinguir quem está falando, não apenas o conteúdo da mensagem. Por exemplo, sabemos que o diabo é o pai da mentira, mas ele também pode falar a verdade.
E isso é algo com o qual os crentes frequentemente se enganam. Eles têm a tendência de pensar que, se alguém fala uma verdade em algum momento, tudo o que essa pessoa disser será verdade. É nesse ponto que ocorre o engano. Um exemplo disso é o episódio envolvendo Paulo e Silas. Eles estavam em uma cidade onde uma jovem possuía um espírito de adivinhação. A Bíblia menciona esse espírito como de adivinhação, o que muitos também chamam de revelação.
Esse espírito estava dentro da jovem, e ela não era a fonte da adivinhação; era o espírito que estava dentro dela, um espírito de adivinhação. Curiosamente, esse espírito falou a verdade ao dizer que os homens que pregavam a salvação eram servos de Deus. Embora fosse verdade, é crucial compreender que o diabo também pode falar a verdade. Muitas pessoas se enganam ao assumir automaticamente que tudo dito por alguém com revelação divina será verdadeiro. O diabo fala a verdade, mas com uma intenção específica: para continuar suas operações.
No caso mencionado, Paulo não pretendia permanecer naquela cidade, estava apenas de passagem. O espírito queria permanecer ali, enquanto Paulo não era daquela cidade. O Espírito Santo, ao revelar a verdade, estava orientando Paulo a não confrontar o espírito. Isso evitaria problemas e conflitos desnecessários. Embora a jovem falasse a verdade, as pessoas acreditavam nela devido ao seu histórico de acertos, resultantes do espírito de adivinhação. É crucial compreender que falar a verdade não é o único critério; é importante considerar por que a verdade está sendo dita e quem está por trás dessa revelação. O apóstolo Paulo, reconhecendo a origem maligna do espírito, o repreendeu.
Se não possuirmos esses três dons, o mais crucial, pois está ligado ao espírito que está por trás das manifestações, é o dom de discernir os espíritos. Ele nos capacita a identificar quem está falando, mesmo que a pessoa esteja dizendo a verdade. O dom de discernir os espíritos não apenas revela o conteúdo da mensagem, mas principalmente quem está por trás dela.
Por exemplo, consideremos o dom da palavra de sabedoria. O diabo pode falsificar e comunicar uma palavra de sabedoria. Da mesma forma, no dom do conhecimento, o diabo pode falsificar e apresentar conhecimento. Contudo, o dom de discernir os espíritos não é suscetível à falsificação. Ele se destaca como o mais claro e cristalino, revelando a verdadeira origem do que está sendo comunicado. Este dom vai além do que é aparente e expõe a raiz do problema.
Atualmente, é fundamental possuir o dom de discernir os espíritos. Ao ouvirmos pregações no rádio, na televisão, nas igrejas ou em outros lugares, muitas pessoas proclamam que Jesus está voltando, e estão falando a verdade. No entanto, o essencial é discernir quem está por trás daquela mensagem. Este é o cerne do ensinamento de Paulo para nós. Infelizmente, muitas vezes, esse dom não recebe o devido valor.
Paulo destaca a importância desse dom ao mencionar igrejas em Apocalipse que foram influenciadas pelo espírito de Satanás. Embora as aparências externas possam ser enganosas, este dom atua revelando não apenas o problema, mas a raiz do problema, identificando quem é o responsável. Em suma, entre esses três dons, o dom de discernir os espíritos se destaca como um dos mais essenciais por sua capacidade de revelar a verdadeira origem dos acontecimentos.
Finalizando esta parte, o dom de discernimento do Espírito é uma capacidade sobrenatural concedida por Deus para identificar a origem das manifestações espirituais. Esta origem é crucial, e é importante ressaltar, irmãos, que ao observarmos as manifestações espirituais na Bíblia, este comentário não é uma crítica, mas uma chamada de atenção. Não encontramos na Bíblia relatos de Deus usando alguém que tenha sido cheio do Espírito Santo e começou a pular, sapatear ou rodopiar. A Bíblia menciona falar em línguas, mas não destaca essas manifestações corporais como parte da experiência espiritual autêntica. Tais expressões físicas de pulos são mais associadas a práticas religiosas de matriz africana, como o candomblé, onde o espírito se manifesta na pessoa através da dança. Ao compararmos essas cenas, é crucial exercer cautela para discernir a verdadeira origem das manifestações.
Além disso, é vital compreender que os dons de revelação, conforme discutidos, não são de posse da pessoa que os opera. Conforme observado, a pessoa não tem controle sobre esses dons, não podendo decidir quando ou como manifestá-los. Ao contrário do que frequentemente se via, onde alguém anunciava que oraria por uma revelação durante uma hora ou mais, isso não está em consonância com o funcionamento bíblico. Os dons de revelação são manifestações sobrenaturais e não podem ser controlados ou manipulados pela vontade humana.
Então, não é o homem que dita quando Deus quer. Está dando para perceber? Fica claro e nítido aqui que essa prática de uma pessoa revelar continuamente, seja domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado… Não encontro esse padrão na Bíblia. Em nenhum culto há relatos de alguém constantemente revelando. Se alguém alega fazer isso, é um sinal de que algo está errado. Muitas pessoas estão sendo enganadas por escolha própria. Em uma segunda circunstância, concluindo:
Conclusão: A igreja precisa dos dons espirituais, como já mencionado anteriormente. É necessário ter a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento e o discernimento de espíritos. No entanto, como vamos ter esses dons se não os pedirmos? E como vamos pedir se não tivermos fé? Para receber, é preciso pedir. Às vezes, passamos anos sem receber esses dons, e é importante destacar que esses dons não permanecem com uma pessoa, eles se manifestam. Podem se manifestar na vida de um, de outro, e assim por diante. No entanto, a pessoa não tem controle sobre o dom após sua manifestação; é uma obra de Deus. Para que esse dom seja operado em alguém, a pessoa precisa pedir. Aqui é onde muitos de nós falhamos, pois não pedimos. E quando pedimos, às vezes pedimos de maneira equivocada. Como o Pastor Emmanuel mencionou hoje sobre Simão, o mágico, que tentou comprar o dom dos apóstolos. Às vezes, pedimos de maneira errada, buscando satisfazer nossos próprios prazeres e desejos. No entanto, é essencial compreender que os dons não são para nossos prazeres, mas para servir à obra de Deus e à igreja. Em resumo, a igreja de Jesus tem uma necessidade vital desses dons.
O dom não é para exibição, mas sim para aquilo que é útil, atendendo à necessidade de discernir, diferenciar entre o certo e o errado, entre o genuíno e o falso, o ensinamento verdadeiro e as manifestações malignas. Ambos devem ser desmascarados. Toda manifestação maligna deve ser exposta. Então, irmãos, vamos pedir pelos dons. Como o Pastor Emmanuel mencionou, cada membro da igreja pode ter um dom espiritual, e Deus deseja concedê-los. O Espírito Santo está disposto a distribuir, mas é necessário buscar e pedir para que Deus manifeste esses dons.
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