Saúdo os irmãos com a paz do Senhor. Vamos abrir as nossas Bíblias? Glória a Deus! Aleluia! Abramos em Mateus, capítulo 16, versículo 24. Na Bíblia do culto, encontra-se na página 26 do Novo Testamento. Mateus, capítulo 16, versículo 24. Ao abrirem na página 26, os irmãos encontrarão o texto que vamos meditar por alguns minutos nesta noite.
O texto diz assim:
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns, dos que aqui estão, não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo em seu Reino.”
Senhor nosso Deus, nosso Pai, agradecemos pela leitura da Tua Palavra. Continue, Senhor, falando conosco de uma forma especial. Que a Tua Palavra possa permanecer guardada e plantada em nossos corações. Em nome de Jesus, amém.
Os irmãos podem se assentar, em nome de Jesus. Agora, peço que todos prestem atenção na Palavra de Deus. Estas são palavras de vida eterna, e vamos refletir juntos sobre o que, de fato, esses versículos têm a nos ensinar nesta noite. Por favor, mantenham suas Bíblias abertas, pois vamos meditar um pouco mais no que Jesus diz antes de chegarmos ao texto principal que lemos.
Antes de Jesus proferir essas palavras registradas em Mateus 16, Ele nos dá um convite em Mateus 11:28, onde diz:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.”
Nesse texto, Jesus está chamando. Ele chama aqueles que estão cansados, oprimidos, decepcionados, aqueles que não suportam mais a pressão da vida e das circunstâncias. Ele chama cada um que se encontra sobrecarregado. E, no versículo 29, Ele nos diz:
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.”
Aqui, Jesus nos convida a tomar sobre nós o Seu jugo, e não o nosso próprio. Ele não diz: “Tiago, venha a mim e tome sobre você o seu jugo.” Não! Ele diz para tomarmos o jugo dEle. E por quê? Porque o jugo que Jesus oferece é diferente. No versículo 30, Ele completa:
“Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”
O jugo de Jesus não é pesado, e o fardo que Ele nos dá não nos oprime. Ele nos oferece alívio, uma carga leve e um descanso verdadeiro para as nossas almas.
Veja bem, irmãos, que Jesus, ao nos chamar, não nos dá uma falsa ilusão. Ele não promete algo irreal ou superficial. Quando Ele nos chama, Ele é realista. Ele não diz que vai remover todo o peso das nossas vidas e que ficaremos sem nenhuma carga. Ele afirma que vai tirar o nosso peso, mas que haverá uma troca: Ele colocará sobre nós o Seu jugo, o Seu fardo. E esse jugo, esse fardo, é de quem? É de Jesus! Não é o nosso.
Quando nos aproximamos de Jesus, tudo o que é nosso precisa, de alguma forma, ser renunciado. Há uma troca divina. Ele nos diz: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” Se você está cansado, oprimido, Ele convida: “Venha a mim, e eu vos aliviarei.”
Esse alívio não significa que ficaremos sem qualquer carga. Significa que Ele tirará a carga pesada que é nossa, mas colocará sobre nós a carga que é dEle. E essa troca é para o nosso bem, porque o jugo de Jesus é suave, e o Seu fardo é leve.
Agora, quando lemos o texto de Mateus 16:24, percebemos que Jesus continua chamando. Ele chamou cada um de nós que estamos aqui nesta noite. Você não está aqui por acaso. Não está aqui simplesmente porque quis. Você está aqui porque foi convidado, chamado por Jesus.
Jesus deseja a nossa companhia. É por isso que estamos aqui. Estamos aqui porque cremos em Jesus e acreditamos que Ele pode transformar nossas vidas. Se não acreditássemos nisso, não estaríamos aqui. Deus nos trouxe para este lugar porque Ele quer realizar uma obra em nossas vidas. Ele nos chamou porque deseja trocar algo, mudar algo em cada um de nós. Deus tem um propósito para cada vida presente aqui. Ele quer transformar, renovar e nos levar a um novo nível.
Nós precisamos trocar, substituir, porque o espaço que fica vazio em nossas vidas, se permanecer vazio, será inevitavelmente preenchido por outra coisa. Há um ditado que diz: “Cabeça vazia é oficina do diabo.” Da mesma forma, quando Jesus tira algo de nossas vidas, aquele lugar que ficou vazio precisa ser preenchido. Ele não pode permanecer vazio. É por isso que há uma substituição.
Essa substituição exige ação da nossa parte. Para que algo novo ocupe esse espaço, algumas coisas precisarão ser retiradas, abandonadas, deixadas para trás. Como diz o hino: “Eu deixei o meu passado para trás.” Isso significa renunciar, abrir mão de algo, perder algo que, muitas vezes, está profundamente enraizado em nós.
De acordo com o texto, perder faz parte do processo. Jesus nos chama a renunciar a nós mesmos, a abandonar aquilo que não nos edifica, para que possamos tomar a cruz e segui-Lo. É uma troca que exige coragem, mas que traz transformação e vida. Não podemos nos agarrar ao passado ou àquilo que nos prende. Precisamos deixar para trás o que nos impede de avançar, permitindo que Jesus preencha os espaços vazios com Sua presença, Seu jugo suave e Seu fardo leve.
Para seguir a Jesus, precisamos estar dispostos não apenas a ganhar, mas, acima de tudo, a perder. A vida cristã é marcada por renúncia. Certa vez, um jovem rico se aproximou de Jesus com o desejo sincero de segui-Lo. Ele queria servir a Deus, mas Jesus, ao olhar para ele, viu que havia algo ocupando o espaço em seu coração que deveria pertencer a Deus.
Então, Jesus lhe disse: “Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte com os pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me.” (Lucas 18:22). Aquele jovem precisava renunciar, abrir mão de algo valioso para dar espaço a Deus em sua vida. Ele precisava esvaziar-se para que o tesouro celestial pudesse preenchê-lo.
No entanto, a Bíblia nos conta, no versículo 23 de Lucas 18, que, ao ouvir essas palavras, o jovem “ficou muito triste.” Ele não apenas ficou triste, mas profundamente triste, a ponto de ir embora sem obedecer ao chamado de Jesus. Ele não quis renunciar, e essa escolha foi consequência da vontade que Deus nos deu.
Deus presenteou a cada um de nós com o livre-arbítrio, a capacidade de escolher. Veja, irmãos, que nós não escolhemos nascer. Ninguém aqui escolheu vir ao mundo, a família em que nasceria, o lugar, o país, ou as circunstâncias de sua chegada. Não escolhemos se seríamos ricos ou pobres, se teríamos pais presentes ou seríamos criados por outros, talvez até em um orfanato. Essas coisas nos foram dadas, mas o que Deus nos deu como um dom precioso é a capacidade de escolher.
O jovem rico teve a oportunidade de fazer essa escolha, mas decidiu não abrir mão do que possuía. Que possamos aprender com essa história e, ao sermos chamados por Jesus, tenhamos coragem de renunciar, abrir mão e seguir o caminho que Ele nos oferece, porque é no perder que encontramos o verdadeiro ganho em Cristo.
Há coisas na nossa vida sobre as quais não temos controle. Não temos como escolher certas circunstâncias, nem como mudar o que é permanente. Existem situações que simplesmente acontecem e não há como alterá-las. No entanto, irmãos, há uma escolha que supera todas as outras em importância: a escolha pela vida eterna.
Embora não possamos escolher nascer neste mundo, temos a capacidade de decidir para onde vamos depois desta vida. E Jesus, no meio do caminho, nos apresenta essa escolha. Ele diz: “Se alguém quiser.” É uma questão de vontade. Jesus nos chama, mas Ele nunca nos força.
Observem que Jesus não apela para a emoção. Sua chamada exige reflexão. Conversões que acontecem unicamente baseadas na emoção – por causa de uma música, de um momento de comoção ou de um acontecimento passageiro – são muitas vezes frágeis e instáveis. Jesus deixa claro que deve haver um desejo genuíno, uma decisão consciente. Ele diz: “Se alguém quiser.”
A porta está aberta, mas cabe a cada um de nós exercer o nosso livre-arbítrio. Jesus nunca força ninguém a entrar por essa porta. Ele respeita nossa liberdade de escolha. É por isso que a decisão de segui-Lo precisa vir do coração, de uma vontade sincera e de um compromisso refletido.
Que possamos compreender o valor dessa escolha e exercê-la com consciência, reconhecendo que Jesus nos oferece a vida eterna, mas cabe a nós decidir por ela.
Na época de Noé, a arca estava lá, com sua porta aberta, pronta para acolher aqueles que quisessem entrar. Mas as pessoas, exercendo a liberdade de escolha que lhes foi dada, decidiram não entrar. Elas optaram por seguir outro caminho. Da mesma forma, Jesus nos diz: “Se alguém quiser vir após mim.” Essa escolha é pessoal e exige uma decisão consciente.
Agora, observem o detalhe: “vir após mim” não significa simplesmente andar ao lado de Jesus. Vir após Jesus significa segui-Lo, estar atrás dEle, porque é Ele quem dá a direção. Ele vai à frente, mostrando o caminho, e nós seguimos os Seus passos. Jesus nos conduz a um destino claro. Ele afirmou: “Eu vou para o meu Pai e vou preparar moradas.” Isso significa que o lugar para onde Jesus nos direciona é o céu. É para o céu que estamos caminhando.
Não podemos imaginar que seguir Jesus nos levará por um caminho oposto. O caminho já foi estabelecido. Nós não estamos criando um novo caminho; estamos trilhando o caminho que Ele já abriu. E quem é esse caminho? É o próprio Jesus. Ele é o único caminho que pode nos levar ao céu.
Em Suas palavras, registradas em letras vermelhas na Bíblia, Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo.” E aqui está o maior desafio: renunciar a si mesmo. Essa renúncia não é fácil, porque significa ir contra as nossas próprias emoções, contra os nossos próprios sentimentos. Renunciar a si mesmo é lutar contra aquilo que muitas vezes achamos confortável, natural ou desejável, mas que não está alinhado com a vontade de Deus.
Jesus nos chama a essa renúncia porque só assim podemos segui-Lo verdadeiramente. É um caminho de entrega e obediência, mas é o único caminho que nos conduz à vida eterna.
Às vezes, a vontade do corpo é uma, mas a vontade do Espírito é outra. Essa luta interna é algo que o apóstolo Paulo descreve muito bem. Ele diz: “O bem que quero fazer, esse não faço; mas o mal que não quero, esse faço.” (Romanos 7:19). Isso mostra a batalha constante que enfrentamos ao servir a Jesus.
Quem segue a Cristo, meus irmãos, vive essa luta diária de escolhas. Jesus não desce para nos obrigar ou prender; Ele nos dá liberdade. Ele diz: “Se alguém quiser.” A decisão é nossa.
É aqui que entra o papel da consciência. Nossa consciência deve governar a nossa vontade. Às vezes, temos desejos bons, nobres e dignos, mas, em outros momentos, nossas vontades entram em conflito com a vontade de Deus. É nesse ponto que precisamos dominar a nossa vontade.
E o que significa dominar a vontade? Quando não somos guiados pelo Espírito de Deus, reagimos aos acontecimentos ruins de forma impulsiva, na mesma proporção do que nos atinge. Nesse momento, quem está no controle é a vontade, e não a consciência. Fazemos o que sentimos vontade, sem reflexão ou direção.
Mas Jesus nos chama a algo diferente. Ele nos ensina que, para segui-Lo, é necessário tirar as algemas. E de que algemas Ele está falando? Das algemas que prendem a nossa consciência. A consciência precisa ser libertada, destrancada, para que ela possa discernir e dizer: “Isso é certo, isso não é certo. Isso você pode fazer, isso você não pode fazer.”
Quando a consciência é liberta e passa a funcionar como deveria, a vontade também é dominada. É nesse momento que somos capazes de escolher o que agrada a Deus, mesmo quando as nossas emoções ou desejos apontam em outra direção.
Quando conseguimos dominar a nossa vontade, então estamos prontos para pegar a nossa cruz, o que significa renunciar e seguir a Jesus. Mas, meu irmão, seguir a Jesus não é perda, é ganho. Veja bem o que diz o versículo 25: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Quem não estiver disposto a renunciar, acabará se perdendo.
E o versículo 26 nos faz uma pergunta profunda: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” A alma é o bem mais precioso que temos, e ela não está do lado de fora, mas dentro de nós. O que adianta conquistar tudo aqui neste mundo, se perdermos o que é mais valioso, que é a nossa salvação?
O texto também nos traz uma promessa. No versículo 27, Jesus diz: “Então dará a cada um segundo as suas obras.” Isso significa que Deus não nos pede para renunciar sem propósito. Ele não nos deixa vazios. Toda vez que abrimos mão de algo, Deus preenche o espaço vazio. Ele substitui o que foi deixado para trás e nos recompensa.
Deus nunca despede ninguém de mãos vazias. Você crê nisso? Quem crê, diga amém! Estar com Jesus significa perder aquilo que não edifica, aquilo que não presta. Mas, em troca, ganhamos coisas infinitamente melhores. E o maior de todos os ganhos é a nossa salvação.
Que Deus abençoe a cada um de vocês, em nome de Jesus. Amém.
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