A Inabalável Riqueza da Palavra: Protegendo o Tesouro Eterno em Tempos Efêmeros

A Inabalável Riqueza da Palavra: Protegendo o Tesouro Eterno em Tempos Efêmeros

O objetivo geral desta mensagem é:

“Destacar a supremacia e a necessidade vital da Palavra de Deus na vida do crente, incentivando a proteção, valorização e vivência diária dessa Palavra, mesmo diante das distrações e desafios do mundo contemporâneo.”

Vamos abrir a Palavra de Deus em Colossenses, capítulo 3, versículo 16. Leiamos todos juntos. Glória a Deus!

“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, com toda sabedoria; ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração.”

– Colossenses capítulo 3, versículo 16.

Senhor Deus, Eterno Pai, Te agradecemos pela leitura da Tua Palavra nesta noite. Que possas continuar a falar conosco da mesma maneira como tens falado ao longo dos dias e anos. Abençoe cada irmão e irmã aqui presentes. Para aqueles que não puderam vir, pedimos que o Senhor também esteja com eles. Abençoa-nos a todos, em nome de Jesus. Amém.

Irmãos, podem se assentar. Vamos meditar na Palavra de Deus, baseados neste versículo que acabamos de ler: Colossenses capítulo 3, versículo 16.

“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, com toda sabedoria; ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração.”

Este texto está em Colossenses, uma carta escrita pelo apóstolo Paulo. Por meio desta carta, Paulo se dirigia à igreja de Colossos. Ele destaca algumas palavras e ensinamentos fundamentais que podemos refletir aqui.

A primeira palavra que observamos aqui é “a palavra de Cristo”. Cristo é aquele que nos salva; é por Jesus Cristo que somos salvos. Ele é o nosso Salvador. E sua palavra, segundo Paulo, deve “habitar” em nós. Quando falamos em “habitar”, nos referimos a morar, a ter um lugar fixo. O apóstolo Paulo enfatiza que a palavra de Jesus Cristo deve ter um espaço em nós, um local de morada. E onde essa palavra deve residir? Em nosso interior, em nosso ser.

Portanto, a palavra de Deus não deve apenas ser algo externo ou distante; ela precisa de um espaço próprio em nós. E qual é esse espaço? Somos nós mesmos.

Paulo reforça essa ideia ao dizer que a palavra de Deus deve “habitar em vós”. Mas ele não para por aí. Ele introduz o conceito de “abundância”. O que significa “abundantemente”? Refere-se a algo sem medida, ilimitado. A palavra de Cristo não deve apenas residir em nós de forma passageira ou superficial. Ela deve preencher-nos completamente. Não deve ser escassa, mas plena e presente em nossas vidas.

Certamente, na igreja de Colossos, eles tinham a palavra de Deus. Mas Paulo exorta para que essa palavra não seja apenas conhecida, mas vivida em plenitude.

Em qualquer crente, seja ele genuíno ou superficial, haverá, até certo ponto, a Palavra de Deus em sua vida. No entanto, o apóstolo Paulo enfatiza que não deve haver apenas vestígios desta Palavra, mas sim uma presença abundante. Ele não se refere a uma quantidade ínfima, mas a uma plenitude da Palavra em nós. E por que isso é tão essencial?

Quando a Palavra de Deus reside abundantemente em nós, ela traz consigo uma qualidade destacada por Paulo: a sabedoria. Esta não é uma sabedoria superficial, mas profunda e abrangente. Agora, podemos nos perguntar: o que é verdadeiramente sabedoria? Seria o mesmo que inteligência? Ou talvez sinônimo de conhecimento? Não. Já entendemos anteriormente que sabedoria não é mera inteligência humana nem simples acumulação de conhecimento.

Quando falamos de “sabedoria”, implicitamente carregamos o conceito de “saber”. Mas, que tipo de saber? Tomemos como exemplo a figura de Jó. Em meio a suas adversidades, à semelhança de muitas pessoas hoje em dia, ele poderia ter buscado refúgio fugindo, abandonando seu lar, sua família e todos que o cercavam. Mas a verdadeira sabedoria o manteve firme.

Irmãos, muitas vezes vemos pessoas que, quando enfrentam adversidades, buscam refúgio em outros mundos: o mundo da bebida, do cigarro e de outros vícios. Por que fazem isso? Porque lhes falta a verdadeira riqueza da sabedoria. Pensemos em Jó. Quando lhe disseram “amaldiçoa o teu Deus e morre”, qual foi sua resposta? Ele declarou com convicção: “Eu sei em quem tenho crido”. Portanto, essa sabedoria não é mero conhecimento, mas uma profunda convicção.

É fundamental que a Palavra de Deus resida em nós de forma rica e profunda, trazendo essa convicção que nos capacita a viver conforme sua direção, independentemente das circunstâncias. O apóstolo Paulo destaca que, para cumprirmos a segunda parte do versículo, é essencial que primeiro atendamos à primeira: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, com toda a sabedoria”. Somente quando a Palavra de Deus está plenamente em nós, quando a vivemos de forma abundante e rica, é que podemos avançar para o próximo estágio.

Não devemos esperar que essa plenitude venha de outros ou buscar em terceiros aquilo que deve ser cultivado em nós. Paulo não se refere a mera sabedoria em termos de conhecimento ou inteligência, mas à vivência genuína da Palavra. E é sobre essa vivência plena que ele introduz o segundo ponto do ensinamento.

Quando a Palavra realmente vive em nós, podemos avançar de forma categórica para a segunda etapa. E qual é essa etapa? “Ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros”. Aqui percebemos uma essência de mutualidade, de interação, de necessidade recíproca. A Palavra nos revela que precisamos uns dos outros tanto para ensinar quanto para ser ensinados, tanto para admoestar quanto para ser admoestados.

Não é plausível que alguém que professe ter a Palavra de Cristo habitando em si não esteja aberto ao aprendizado e à correção. Um verdadeiro crente não apenas ensina, mas também está disposto a aprender. Ele não só admoesta, mas aceita ser admoestado. Esse é o fundamento da fé cristã. Um crente que deseja apenas ensinar, sem estar receptivo ao aprendizado, realmente tem a Palavra de Deus habitando em seu coração? A resposta é não. A interação com a Palavra é bidirecional: ela nos influencia e, através de nós, influencia outros.

É inviável pensar que um cristão possa viver isoladamente, sem a comunhão com outros crentes, sem a interação que nos enriquece e nos fortalece mutuamente.

Não é possível ser um verdadeiro crente sem participar da comunidade da igreja, pois a fé exige relacionamento uns com os outros. O apóstolo Paulo destaca isso ao mencionar a importância de admoestar e ensinar uns aos outros. Há aqueles que resistem a ser ensinados por alguém que consideram inferior. No Evangelho, todos somos iguais. Quem acredita não ter nada a aprender de outro irmão na fé ainda não permitiu que a Palavra de Deus habite plenamente em si.

Somos todos parte do corpo de Cristo. E um corpo sem espírito está morto. Se nosso espírito nos deixa, nos tornamos um mero cadáver. Assim, se somos o corpo e não temos o Espírito, esse corpo está morto. Se somos todos parte do mesmo corpo, então todos temos o mesmo Espírito. Não pode ser um Espírito diferente. E se é o mesmo Espírito em todos nós, haverá um testemunho uníssono sobre o que é expresso na fé.

É crucial, então, ensinar e admoestar uns aos outros. E como fazemos isso? De várias maneiras. Paulo nos mostra algumas: através de salmos, hinos, cânticos espirituais e cantando ao Senhor com sincero amor em nosso coração. Assim, o ato de ensinar não se limita a uma única abordagem.

Ensinamos através de nosso testemunho diário: cantando, conversando, dialogando. Tudo que fazemos é uma extensão do ensino. Qualquer ação nossa deve ser uma manifestação da Palavra que habita em nós, assim como a água flui de uma fonte. A maneira como falamos, agimos e interagimos é um reflexo da Palavra em nós. E ensinar não se resume apenas a abrir a Bíblia e compartilhar versículos; é uma prática mais ampla e profunda.

Se não tivermos a Palavra de Deus verdadeiramente habitando em nós, não poderemos prosseguir em nossa caminhada de fé. Convido a todos para refletirmos sobre dois textos bíblicos. Primeiro, no Evangelho de João, capítulo 1, versículo 14: “E o verbo se fez carne”. O verbo é Jesus, a Palavra que deve residir profundamente em nós. Ele se tornou carne, representando o corpo. E quem é o corpo de Cristo hoje? Somos nós, a igreja.

Jesus, a Palavra encarnada, habitou entre nós. Isso não significa que a Palavra já estava dentro de nós, mas estava conosco. No Antigo Testamento, a Palavra vinha por intermédio dos profetas. Mas com a vinda de Jesus, ela estava presente no mundo. E quando Jesus ascendeu aos céus, a Palavra não ficou apenas no céu ou entre nós, mas passou a habitar em nosso interior, fluindo abundantemente como águas vivas.

Assim, a Palavra de Deus é nosso maior tesouro. Não há nada mais precioso em nossa vida do que ela. Precisamos guardá-la e vivê-la diariamente.

O salmista Davi expressou: “Escondi a tua palavra no meu coração”. Quando falamos de “esconder”, é no sentido de proteger algo muito valioso. Se você tem algo de pouco valor, não fará questão de esconder. No entanto, Davi vê a Palavra de Deus como um tesouro raro, difícil de encontrar.

Agora, peço que abram em Apocalipse, capítulo 3. Vamos examinar alguns versículos. Pastor Emmanuel, por favor, leia Apocalipse 3:17-18. Notem que em Colossenses 3:16, a instrução é que “a palavra de Cristo habite em vós abundantemente”. Ao olharmos para a igreja de Laodiceia, observamos que se consideravam prósperos, alegando não ter falta de nada. Essa autoafirmação nos remete ao Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”.

É possível que os membros dessa igreja tenham usado tal salmo para afirmar a benção divina em suas vidas, proclamando que realmente nada lhes faltava. Se analisássemos apenas o aspecto material da vida desses crentes, concordaríamos com eles. Pareceria que a Palavra de Deus estava se manifestando abundantemente em suas vidas, mas apenas a partir de uma perspectiva humana, limitada. Jesus, contudo, tinha uma visão diferente sobre essa comunidade, destacando que eles tinham uma compreensão parcial, não completa, da verdadeira sabedoria.

O Senhor aponta a falta de sabedoria na igreja de Laodiceia. A plenitude da Palavra de Deus não estava ali, havia uma lacuna. Jesus disse: “Não sabes que és miserável”. Miserável, aqui, reflete uma ausência da graça, que é o dom imerecido de Deus. Pela graça, embora não mereçamos, somos salvos. Mereceríamos o juízo, mas a misericórdia de Deus nos poupa do que realmente merecemos. Estes crentes, contudo, não estavam experienciando essa graça.

Além disso, Jesus descreveu a igreja como “pobre”. O termo indica um estado intermediário entre o “miserável” e o “rico”. Embora se considerassem prósperos, Jesus os viu de forma diferente: como miseráveis e pobres. Ele também os chamou de “cegos”, pois, embora estivessem conscientes do mundo material, não percebiam a ausência da Palavra de Deus em suas vidas. Eles podiam até citar as Escrituras, mas a Palavra não habitava plenamente neles. Havia um descompasso entre o que falavam e o que realmente viviam.

Jesus continua, caracterizando-os como “nus”, indicando uma carência espiritual. Porém, em Sua misericórdia, Ele não apenas aponta as falhas, mas oferece um conselho. Ele sugere que adquiram “ouro refinado pelo fogo”, referindo-se à verdadeira riqueza espiritual. E ainda, “vestes brancas” para cobrir sua nudez espiritual e “colírio” para que possam ver claramente a realidade.

Prestem atenção! Que “ouro” Jesus estava se referindo ao instruir a igreja de Laodiceia a comprar? No final, Ele declara, “Eis que estou à porta e bato”. Se Jesus, o Verbo encarnado, está à porta batendo, significa que Ele não está dentro, onde deveria residir. A Palavra não estava no coração daqueles crentes, estava do lado de fora.

Ele prossegue: “Ao vencedor, concederei assentar-se comigo no meu trono”. Vejamos a igreja de Laodiceia, que se achava rica, mas lhe faltava o ouro verdadeiro. Como diz o hino da Harpa Cristã, a Palavra de Deus é um tesouro. Na igreja de Filadelfia, esse tesouro estava presente. Tanto que o Senhor afirma no versículo 8: “Guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome”. Eles valorizaram a Palavra de Deus, ao contrário da igreja de Laodiceia, que se baseava apenas em bens materiais.

Em contraste com a igreja de Laodiceia, que citava o Salmo 23 no contexto material, a igreja de Filadélfia se espelhava no Salmo 119, que diz “Guardei a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”. A mensagem central é clara: devemos valorizar e proteger a Palavra de Deus em nossos corações.

A igreja de Filadélfia possuía riquezas espirituais, o verdadeiro “ouro” mencionado por Jesus, ao passo que a igreja de Laodiceia possuía riquezas materiais, mas lhe faltava a verdadeira essência.

E, conforme Jesus aconselha: “Guarda o que tens”, que é a Palavra, “para que ninguém tome a tua coroa”. Isso sugere que a Palavra de Deus pode residir em nós por um tempo, mas também pode nos ser tirada. Como na parábola do semeador, onde as aves vieram e levaram as sementes.

É crucial entendermos que a ação do diabo é tentar roubar a Palavra de Deus de nossas vidas. E quando falo em guardar a Palavra, não é apenas em um sentido literal de memorizar versículos, mas sim vivenciá-la em sua plenitude.

O adversário, o diabo, tem três funções primordiais: roubar, matar e destruir. Ele não quer as nossas riquezas materiais, mas sim a nossa fé e compromisso com Deus. Na igreja de Laodiceia, por exemplo, se ele tomasse suas riquezas materiais, eles estariam destituídos, porque lhes faltava a verdadeira riqueza espiritual. Em contrapartida, a igreja de Filadélfia, apesar de possuir poucas riquezas materiais, era espiritualmente abastada.

Observemos Jó. Ele tinha riquezas materiais e espirituais. Quando o diabo lhe tirou as posses materiais, Jó manteve sua fé inabalável, afirmando: “Eu sei em quem tenho crido”. Ele demonstra um exemplo profundo de alguém que valoriza a riqueza espiritual acima de tudo.

Devemos proteger e valorizar a Palavra em nossos corações, não permitindo que adversidades ou o próprio diabo a roubem de nós. E isso não é uma tarefa fácil. O apóstolo Paulo, ao final de sua jornada, afirmou que havia “combatido o bom combate” e que havia “guardado a fé”.

O que você tem feito com a Palavra de Deus em sua vida? Quando os desafios surgem, você se rende ou mantém firme sua fé? A única certeza inabalável que possuímos é a Palavra de Deus. Tudo neste mundo é efêmero, mas a Palavra permanecerá eternamente.

Se não nos firmarmos nela, certamente tropeçaremos e cairemos. No entanto, se a guardarmos e a vivermos integralmente, Deus nos recompensará no tempo oportuno. Que Ele nos abençoe e nos fortaleça em nossa jornada de fé.

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