Lição 12 | O Reinado de Josias

Lição 12 | O Reinado de Josias

Glória a Deus!


Irmãos, vamos dar início à nossa Escola Bíblica desta manhã. Estamos na lição de número 12, a penúltima lição deste trimestre. No próximo domingo, entraremos na última lição, concluindo o terceiro trimestre, no dia 26. Certamente, este tem sido um período muito produtivo e edificante para todos nós.

Hoje, vamos meditar sobre o reinado de Josias. A lição destaca o poderoso avivamento que aconteceu durante o reinado dele, enfatizando como Deus trouxe renovação ao Seu povo por meio da Sua Palavra. A lição está dividida em três tópicos principais:

  1. Reparando o templo – Este tópico aborda o momento em que Josias se depara com o Livro da Lei. É um marco importante, pois revela o zelo de Josias em restaurar o que estava danificado na Casa de Deus.
  2. A renovação do pacto do Senhor – Aqui, o foco é a dedicação de Josias em destruir os ídolos e limpar a nação de toda idolatria, como vimos na leitura bíblica em classe. Este esforço reflete sua total devoção a Deus e ao pacto estabelecido com o povo.
  3. A celebração da Páscoa – Finalmente, a lição nos conduz ao momento em que Josias restaura a celebração da Páscoa, uma prática que simboliza o retorno do povo à obediência e à comunhão com o Senhor.

Que este estudo nos inspire a buscar o avivamento em nossas vidas, por meio da Palavra de Deus e da dedicação à Sua vontade.

Sabendo disso, irmãos, vamos mergulhar na lição de hoje com a certeza de que não importa o quão distante as pessoas estejam de Deus, Ele sempre encontra um meio de aproximar o Seu povo de Si. É exatamente isso que vemos neste episódio do achado do Livro da Lei, um momento de grande significado espiritual e histórico.

No primeiro ponto da nossa lição, vamos explorar o reinado de Josias. Este tópico destaca o que foi encontrado no templo, algo que marcou profundamente o curso daquele reinado. Na lição anterior, estudamos sobre o reinado de Ezequias. Vimos que ele foi um rei temente a Deus, que também promoveu um avivamento ao confiar e ter fé no Senhor. Agora, avançamos para refletir sobre outro grande rei: Josias.

O primeiro ponto da lição é Josias repara o templo. Esse tópico contém três aspectos principais que vamos abordar, começando pelo achado do Livro da Lei. Este foi um momento crucial na história de Israel, um ponto de virada, pois o povo foi confrontado novamente com a Palavra de Deus, esquecida e negligenciada por tanto tempo.

O segundo subponto do nosso estudo é: o rei rasgou suas vestes, e o terceiro é: entendendo a vontade de Deus. Para aprofundarmos nessa primeira parte, vamos abrir as Escrituras em 2 Reis, capítulo 22, que narra os eventos relacionados ao reinado de Josias.

No início deste capítulo, somos apresentados a quem era Josias. O texto, em 2 Reis 22:1, nos informa que Josias começou a reinar com apenas oito anos de idade e permaneceu no trono por trinta e um anos em Jerusalém. Já no versículo 2, vemos um destaque importante: “Fez o que era reto aos olhos do Senhor”. Esse é o lado positivo que a Palavra de Deus ressalta sobre Josias – ele se manteve fiel, obedecendo ao caminho do Senhor.

Ainda no versículo 2, a Bíblia diz que Josias “andou no caminho de seu pai Davi” e “não se apartou nem para a direita nem para a esquerda”, o que significa que ele não se desviou dos caminhos de Deus. Ele viveu com retidão e constância, um exemplo de fidelidade que marcou sua liderança.

No versículo 3, somos informados de que, quando Josias completou dezoito anos de reinado, algo extraordinário começou a acontecer. Aqui, vemos como a Bíblia trabalha com o tempo, mostrando que os propósitos de Deus nem sempre se cumprem de forma imediata. Não foi no início do reinado de Josias, nem nos primeiros anos, mas depois de dezoito anos que eventos significativos começaram a moldar o rumo de sua liderança e do povo. Esse intervalo nos lembra que Deus opera em Seu tempo perfeito, e muitas vezes é preciso paciência para que Sua vontade se revele completamente.

O que acontece a seguir? O rei Josias manda um escrivão chamado Zafã ao templo. Passados dezoito anos de reinado, ele pede a Zafã que vá até o templo. No versículo 4, a Bíblia nos informa que, naquela época, o sumo sacerdote, que podemos comparar hoje ao pastor da igreja, estava encarregado do templo. O sumo sacerdote era Hilquias, como é mencionado no texto.

Então, Josias envia uma ordem através de Zafã, dizendo: “Vai lá na igreja, que naquela época era o templo, e fala com o sumo sacerdote.” Vamos imaginar isso nos dias de hoje: seria como o pastor responsável pela congregação, cuidando das questões espirituais e administrativas.

No versículo 4, vemos que Zafã vai até Hilquias, o sumo sacerdote, levando o recado do rei. Qual era a mensagem? O rei ordena: “Pega o dinheiro que é trazido para a casa do Senhor.” Ele está falando sobre os recursos que as pessoas doavam ao templo, ou seja, aquilo que era entregue como oferta ao Senhor.

No versículo 5, o texto esclarece o propósito desse dinheiro. O rei, através do recado enviado, instrui o sumo sacerdote a usar esses recursos para um propósito específico: a manutenção e reparação do templo. Assim, o recado é claro: “Recebam o dinheiro trazido pelas pessoas e utilizem-no para os cuidados com a casa do Senhor.”

Este momento nos ensina sobre a importância de administrar os recursos da obra de Deus com zelo e sabedoria, garantindo que o templo seja um lugar digno, tanto para a adoração quanto para a comunhão com o Senhor.

E o que Josias instrui? No versículo 5, o rei ordena que o dinheiro seja entregue “nas mãos dos que têm cargo da obra e estão encarregados da casa do Senhor”. Esses encarregados, por sua vez, deveriam repassar os recursos para aqueles que realizavam a obra na casa do Senhor, com o propósito de reparar as fendas do templo.

Aqui, vemos a organização e responsabilidade na administração dos recursos. Josias está direcionando os fundos trazidos ao templo para pagar os trabalhadores envolvidos na reforma. Mas quem eram esses trabalhadores? O versículo 6 detalha: eram os carpinteiros, os edificadores e os pedreiros. Além de pagar pelos serviços desses profissionais, o dinheiro também seria utilizado para a compra de materiais.

Quais materiais eram necessários? O texto menciona madeiras e pedras lavradas, essenciais para a restauração do templo. Esses itens seriam utilizados para devolver a dignidade e a beleza da casa do Senhor, tornando-a novamente um lugar apropriado para a adoração.

No versículo 7, vemos algo notável: não se fez prestação de contas do dinheiro entregue nas mãos dos trabalhadores. Por quê? Porque eles agiam com fidelidade. Este detalhe demonstra a confiança e a honestidade daqueles que estavam envolvidos na obra, um testemunho de caráter e dedicação à causa de Deus.

Este relato nos ensina a importância da fidelidade, tanto na administração dos recursos da casa de Deus quanto na realização do trabalho que Ele nos confia. Quando há zelo, organização e confiança, a obra do Senhor prospera de forma abençoada.

Observem o que o versículo 7 nos revela no final: “não se fez conta do dinheiro que se lhes entregava.” Isso significa que as pessoas que trabalhavam na obra do templo não estavam interessadas no dinheiro. Ou seja, mesmo que não recebessem pagamento, elas ainda realizariam o trabalho. E por quê? O versículo conclui com uma resposta importante: “porque trabalhavam com fidelidade.”

Esse detalhe é profundo. Essas pessoas não estavam motivadas pela ganância ou pelo lucro, mas pela fé e fidelidade. Elas encaravam a obra no templo como um serviço ao Senhor, algo que transcendia o interesse material. Isso já nos ensina um grande princípio: a verdadeira obra de Deus é realizada com fidelidade, não por interesse pessoal.

Agora, vemos também o aspecto positivo na vida do rei Josias. Ele demonstra zelo e preocupação com o templo, mostrando sua retidão diante do Senhor. A Bíblia enfatiza que ele “fez o que era reto aos olhos do Senhor”, e, logo após essa afirmação, destaca a atitude do rei em cuidar da casa de Deus. Da mesma forma, exalta a fidelidade daqueles que participaram da reforma. Esses detalhes sublinham a conexão entre a retidão do rei e a dedicação dos trabalhadores, ambos comprometidos com a vontade divina.

Com isso, introduzimos o próximo ponto da nossa lição: Achei o Livro da Lei. No versículo 8, algo extraordinário acontece. Durante a reforma, algo precioso e raro é descoberto: o Livro da Lei, que estava perdido. Naquele tempo, diferente de hoje, não era comum que as pessoas tivessem acesso à Palavra de Deus. O que nós temos hoje como a Bíblia, disponível e acessível, naquela época era raro. E, no caso de Israel, o Livro da Lei havia desaparecido.

Mas, durante a reforma conduzida por Josias, esse livro perdido foi achado. Vamos ler o versículo 8 para observar como isso se deu. (Neste momento, o irmão lê o versículo.)

Que momento poderoso! A redescoberta do Livro da Lei simboliza mais do que um achado físico; é um retorno à Palavra de Deus, uma oportunidade de reavivamento espiritual que começa com a renovação do conhecimento da vontade do Senhor.

E quem foi que encontrou esse livro? O sumo sacerdote Hilquias, que era responsável pelo templo. A Bíblia relata que Hilquias encontrou o Livro da Lei, que estava perdido há muito tempo. E o que ele fez com o livro? Ele o entregou ao escrivão Zafã. Hilquias encontrou o livro no templo, deu-o a Zafã e disse: “Achei o Livro da Lei na casa do Senhor.”

Vejam, irmãos, que interessante: a atitude do rei Josias em ordenar a reforma do templo desencadeou uma série de eventos. Quando Zafã chegou ao templo, o sumo sacerdote encontrou o livro perdido e o entregou ao escrivão, que era o mensageiro do rei. E qual foi a primeira coisa que Zafã fez ao receber o livro? Ele o leu.

No versículo 9, o relato continua, mostrando como este momento é o início de um avivamento espiritual. Observamos aqui um ciclo poderoso: o rei percebeu a necessidade de restaurar o templo e deu ordens para que os recursos fossem usados na reforma. Durante esse trabalho, o sumo sacerdote encontrou o Livro da Lei perdido dentro da própria casa do Senhor e entregou-o ao escrivão. Quando Zafã recebeu o livro, ele abriu e leu o conteúdo.

Este episódio nos ensina algo profundo: a redescoberta da Palavra de Deus é sempre o começo de um reavivamento. O templo estava em ruínas, mas o avivamento não começou apenas com a reforma física. Ele começou com o retorno àquilo que estava escrito, àquilo que Deus já havia revelado.

Ao lermos que Zafã abriu e leu o livro, vemos a ênfase no despertar espiritual que começa com a leitura e a meditação na Palavra. Isso marca o ponto de partida para uma renovação verdadeira, tanto individual quanto coletiva. É como se a Bíblia estivesse nos dizendo: “Voltem àquilo que está escrito. Voltem ao fundamento.”

No final do versículo 8, a leitura do livro é destacada como um ato essencial, que não apenas recupera o conteúdo perdido, mas reacende a chama da fé e do compromisso com o Senhor.

E o que acontece depois que Zafã lê o livro? Qual foi o desdobramento? O versículo 9 nos dá a resposta. Após ler o livro no templo, Zafã, o escrivão e funcionário do rei, sai da casa do Senhor e retorna ao palácio do rei. Ele leva o livro consigo e, ao chegar, vai direto falar com o rei Josias.

Mas notem algo importante: a primeira coisa que Zafã relata ao rei não é sobre o livro. Ele primeiro cumpre o propósito inicial da sua missão. Ele havia sido enviado para tratar da administração dos recursos, assegurando que os trabalhadores do templo fossem pagos. E assim, Zafã informa ao rei: “Os seus servos ajuntaram o dinheiro, como foi ordenado, e pagaram as pessoas que estavam trabalhando na obra.”

Somente após relatar o cumprimento da ordem, no versículo 10, Zafã menciona o livro ao rei. Ele diz: “O sacerdote Hilquias me deu este livro.” E então, Zafã toma o livro e o lê diante do rei. Este é um momento muito significativo, pois é a segunda vez que Zafã lê o livro. Primeiro, ele leu o livro no templo, na presença do sumo sacerdote. Agora, ele lê novamente, desta vez no palácio, na presença do rei Josias.

Percebam o cuidado no relato da Bíblia: o Livro da Lei é lido primeiro por líderes, e não diretamente pelo povo. Zafã lê o livro para o sacerdote no templo, mostrando respeito e reverência pela autoridade espiritual. Depois, ele lê o livro para o rei, que era a autoridade política e responsável por liderar o povo em fidelidade a Deus. Esse processo demonstra a importância de primeiro conscientizar os líderes sobre a Palavra de Deus, antes que ela chegue ao povo, assegurando que aqueles em posições de liderança estejam alinhados com a vontade do Senhor.

Aqui, vemos como a Palavra de Deus começa a atuar de forma estratégica, alcançando primeiro os responsáveis pela condução do povo, tanto na esfera espiritual quanto na administrativa. Este é o início de um grande despertamento, que começará a transformar não apenas o templo, mas também o reino.

Quem encontrou o Livro da Lei? Foi o sumo sacerdote Hilquias. Ele o encontrou durante a reforma do templo e entregou o livro ao escrivão Zafã, que o levou ao rei Josias. E o que Zafã fez com o livro? Ele o leu diante do rei.

Agora, no versículo 11, vemos o impacto dessa leitura. O rei Josias ouviu a Palavra de Deus, ouviu aquilo que estava escrito no Livro da Lei. Observem algo importante: Zafã não pregou, não interpretou, nem explicou o texto. Ele apenas leu o que estava escrito. Este detalhe é significativo, pois nos mostra o poder da Palavra de Deus por si só. Mesmo sem uma explicação adicional, ela trouxe impacto e transformação.

E qual foi a reação do rei Josias ao ouvir o que estava escrito? No subponto 2, vemos a resposta: “O rei rasgou suas vestes” (versículo 11). Este ato foi uma expressão de desespero, arrependimento e angústia espiritual. Rasgar as vestes, na cultura daquele tempo, era um símbolo externo de dor e contrição interna, uma demonstração de que o coração estava profundamente impactado.

Podemos comparar essa atitude com a de outro rei temente a Deus, Ezequias, que, ao ser ameaçado, também rasgou suas vestes como sinal de desespero e submissão diante do Senhor. Assim como Ezequias, Josias reage com humildade e reconhece a gravidade da situação espiritual do povo.

No versículo 12, vemos que a reação de Josias não para por aí. Sua primeira resposta foi emocional e espiritual – rasgar as vestes. Agora, ele passa para uma segunda reação, que será uma ação prática. A atitude do rei diante da Palavra de Deus continua a se desdobrar, mostrando como a leitura do livro desencadeia tanto arrependimento quanto ação.

Depois que Josias rasga suas vestes, surge a pergunta: Por que ele tomou essa atitude? O versículo 13 nos dá a resposta. O rei rasgou suas vestes porque, ao ouvir o que estava escrito no Livro da Lei, percebeu que eles não estavam vivendo conforme os mandamentos de Deus. Esta descoberta trouxe um profundo senso de desespero e arrependimento, pois revelou o quanto o povo havia se desviado da vontade do Senhor.

Observem que, mais uma vez, o texto destaca algo importante: não foi pregado, explicado ou ensinado o que estava no livro; ele apenas foi lido. Mesmo assim, o impacto foi profundo. Apenas ouvindo as palavras, Josias entendeu que o povo estava em desacordo com a Palavra de Deus, e isso o levou a uma reação imediata. Sua primeira atitude foi rasgar suas vestes, um ato que simbolizava tanto o temor de Deus quanto o reconhecimento da seriedade da situação espiritual.

A segunda reação de Josias é descrita no mesmo versículo. Ele não para no desespero; ele toma uma atitude prática e espiritual. Ele ordena que o sumo sacerdote Hilquias, junto com outros, vá consultar ao Senhor. Josias diz: “Ide, consultai ao Senhor por mim, por todo Judá, acerca das palavras deste livro que foi achado.”

Esse comando mostra a humildade e responsabilidade de Josias como líder. Ele reconhece que não apenas ele, mas todo o povo de Judá, precisava entender e corrigir suas práticas de acordo com a Palavra de Deus. Josias busca orientação divina para saber como agir em resposta ao que foi revelado no livro. Essa consulta ao Senhor é um ato de dependência e submissão à vontade divina.

Percebam também o contexto: o livro foi achado no templo, o lugar onde Deus deveria ser adorado e honrado. No entanto, até mesmo a Palavra de Deus havia sido negligenciada e esquecida ali. O chamado de Josias para consultar ao Senhor demonstra a importância de voltar ao fundamento da fé, restaurando tanto o templo físico quanto a aliança espiritual com Deus.

Essa atitude de Josias nos ensina que o verdadeiro arrependimento não é apenas emocional, mas nos leva a buscar orientação em Deus para corrigir o que está errado em nossas vidas e em nossa caminhada com Ele.

E por que Josias ordena que se consulte ao Senhor? Ele mesmo explica: “Grande é o furor do Senhor.” O rei sentiu claramente que Deus não estava satisfeito com as atitudes que haviam sido tomadas ao longo do tempo. Ele reconheceu que o furor do Senhor havia se acendido contra eles, e, em vez de estarem sob a proteção divina, estavam enfrentando a oposição de Deus. Josias compreendeu que, naquele momento, o furor de Deus era como um inimigo, agindo contra eles por causa de sua desobediência.

O rei percebeu que estar em desacordo com Deus é como ser inimigo d’Ele. Por isso, ele ordena que se consulte ao Senhor acerca das palavras do livro. Josias entende que a situação era grave e precisava ser tratada com urgência e temor.

Mas qual é o motivo do furor de Deus? Josias também responde: “Porque nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro.” Quando ele menciona “nossos pais”, não está se referindo apenas aos pais biológicos, mas aos antepassados, aqueles que vieram antes, os antigos que deveriam ter transmitido a aliança e os mandamentos do Senhor.

Aqui, Josias reconhece um problema profundo: os antepassados não obedeceram à Palavra de Deus e não a transmitiram de forma correta às gerações seguintes. Ele percebe que o povo foi ensinado de maneira equivocada, porque os pais falharam em ensinar o que estava escrito no Livro da Lei.

Essa descoberta coloca Josias em um conflito: de um lado, está o ensinamento que ele recebeu de seus antepassados; de outro, está a verdade revelada nas palavras do Livro da Lei. Josias entende que os ensinamentos passados não estavam alinhados com o que Deus havia ordenado. Este reconhecimento o leva a um senso ainda maior de responsabilidade, não apenas para buscar o perdão divino, mas também para corrigir os rumos de sua geração.

Este momento nos ensina que não podemos nos conformar com tradições ou ensinamentos que contradizem a Palavra de Deus. Devemos sempre retornar às Escrituras, que são a fonte de verdade e vida, e alinhar nossas práticas e ensinamentos ao que está escrito. Josias demonstra que o verdadeiro líder busca corrigir erros do passado e guiar seu povo de volta à vontade de Deus.

A conclusão que Josias tira é clara: “Nossos pais não deram ouvidos às palavras que estavam escritas neste livro para fazer conforme o que está escrito.” Esta constatação revela duas coisas muito importantes. Primeiramente, foi somente pela leitura do Livro da Lei, ou melhor, pelo ouvir a leitura, que o rei chegou a essa conclusão. Josias, ele mesmo, não leu o livro – foi o escrivão Zafã quem leu. Ainda assim, apenas ouvindo, Josias foi profundamente impactado e reconheceu os pecados de sua vida e de todo o povo.

Observem que, apenas pela leitura – sem explicações, sem pregações, sem interpretações – Josias se converteu. Ele entendeu que estava errado e que precisava voltar-se para Deus. Isso demonstra o poder da Palavra de Deus por si só. Como a Escritura diz, ela é viva e eficaz, capaz de penetrar no mais profundo da alma e discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb 4:12).

No subponto 3, após rasgar suas vestes e expressar seu desespero, Josias manda consultar ao Senhor. Por quê? Porque ele queria entender plenamente a vontade de Deus. Ele sabia que não bastava apenas reconhecer o erro; era necessário buscar a direção divina para corrigir o curso.

Uma lição essencial que aprendemos aqui é a seguinte: quando ouvimos a Palavra de Deus, ela fala diretamente ao nosso espírito. Josias não precisou de explicações detalhadas. Ele simplesmente ouviu, e sua alma compreendeu que ele e o povo estavam em desacordo com os mandamentos de Deus. Este é o poder da Palavra: ela é clara, suficiente e capaz de nos confrontar com a verdade.

Josias reconheceu que não apenas ele, mas toda a nação de Judá, havia aprendido errado. Ele percebeu que as gerações anteriores haviam falhado em viver de acordo com a Palavra de Deus, e isso resultou em práticas e ensinamentos que não estavam alinhados com o que estava escrito no Livro da Lei.

Finalmente, vemos que Josias era um homem com um coração quebrantado e voltado para Deus. Ele desejava fazer as coisas da maneira certa, conforme a vontade divina. Através da leitura da Palavra, Josias se converteu genuinamente e deu crédito à Palavra de Deus. Isso nos ensina que a verdadeira conversão acontece quando somos confrontados pela Palavra, ouvimos com sinceridade e permitimos que ela transforme nossas vidas.

Que essa história nos inspire a ouvir a Palavra com humildade, reconhecendo onde precisamos alinhar nossa vida com os mandamentos do Senhor.

O profeta Isaías faz uma pergunta marcante: “Quem deu crédito à nossa pregação?” (Is 53:1). Josias é a resposta viva a essa pergunta: ele deu crédito. Ele acreditou na Palavra de Deus. A Bíblia nos ensina que a fé vem pelo ouvir, e ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10:17). Josias ouviu a leitura do Livro da Lei, e sua fé foi acesa. Ele creu na Palavra e, com essa fé, buscou alinhar sua vida e a de Judá aos caminhos revelados por Deus.

Josias então envia uma mensagem ao sumo sacerdote Hilquias, ordenando que ele consulte ao Senhor sobre o juízo que havia sido revelado, pois Josias percebeu que o furor de Deus estava contra Judá. No versículo 14, vemos que Hilquias, junto com outros enviados, vai até uma profetisa chamada Hulda para buscar a resposta divina. Esta consulta à profetisa revela o desejo de Josias de compreender com clareza o alcance do juízo divino.

No versículo 15, Hulda transmite a mensagem de Deus: “Assim diz o Senhor Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim.” No versículo 16, a mensagem é clara e severa: “Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus moradores, conforme todas as palavras do livro que leu o rei de Judá.” O juízo era iminente. Por quê? O versículo 17 explica: “Porque me deixaram e queimaram incenso a outros deuses para me provocarem à ira.”

Aqui, vemos os motivos do juízo divino:

  1. O povo abandonou a Deus. Eles deixaram o Deus que os tirou do Egito e que os sustentou por gerações.
  2. Cultuaram outros deuses, queimando incenso a eles. Não apenas se desviaram, mas praticaram idolatria deliberadamente.
  3. Procuraram provocar a ira de Deus. Suas ações não eram apenas negligentes, mas afrontosas, buscando desonrar o Senhor.

O versículo 17 também revela a resposta divina: “O meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará.” Essa declaração é poderosa. O fogo de Deus, que muitas vezes é um símbolo de purificação e avivamento, aqui é o fogo do juízo, um fogo que não será apagado.

Há um paralelo interessante: em Levítico, Deus ordena que o fogo no altar nunca se apague como um símbolo de adoração contínua. Mas aqui, o fogo é outro – é o fogo da justiça divina, do juízo sobre um povo que rejeitou a aliança com Deus. Este fogo não traz conforto, mas disciplina e correção.

Este momento nos lembra que Deus é amor, mas também é justo. Ele deseja a restauração de Seu povo, mas não deixa impunes os que persistentemente o rejeitam. A consulta de Josias a Hulda reflete o coração de um líder que reconhece os erros do passado e busca entender a gravidade do juízo para tomar as ações necessárias em resposta à Palavra de Deus.

Agora, no versículo 18, vemos um “porém” que destaca o equilíbrio do caráter divino: Deus é o Deus do juízo, mas também é o Deus de misericórdia. O que é misericórdia? É quando merecemos a morte, mas Deus, em Sua compaixão, não nos dá o castigo que merecemos. O juízo, por outro lado, é receber aquilo que merecemos. Se uma pessoa merece a morte e morre, isso é juízo – é a justiça sendo aplicada.

Nós procuramos justiça porque acreditamos que merecemos algo que não estamos recebendo. Esse é o princípio do juízo: dar a cada um aquilo que lhe é devido. A misericórdia, porém, é o oposto: ela nos livra do castigo que merecemos, mostrando o amor e a compaixão de Deus.

No versículo 17, vimos o juízo de Deus sobre Judá, o que o povo merecia por ter abandonado o Senhor e se voltado à idolatria. Mas agora, no versículo 18, a misericórdia de Deus entra em cena, demonstrando o Seu cuidado e sensibilidade para com aqueles que se humilham diante Dele.

A profetisa Hulda diz aos enviados de Josias: “Assim direis ao rei de Judá que vos enviou a consultar ao Senhor.” Esta mensagem é direcionada diretamente a Josias, um líder que havia mostrado arrependimento genuíno. No versículo 19, Deus explica por que Josias receberá misericórdia: “Porquanto teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar e contra os seus moradores.”

Josias não apenas ouviu a Palavra; ele se emocionou profundamente, reconhecendo a gravidade do juízo divino. Ele se humilhou, rasgando suas vestes e chorando diante de Deus. Este é o coração de uma pessoa verdadeiramente quebrantada: sensível à Palavra de Deus e disposta a se render completamente à Sua vontade.

E qual foi a resposta de Deus? “Também Eu te ouvi.” Que declaração poderosa! Deus, em Sua misericórdia, responde à humildade e ao arrependimento com perdão e compaixão. Isso nos ensina que, mesmo diante do juízo merecido, o coração arrependido nunca passa despercebido aos olhos do Senhor.

Este momento é um lembrete de que o juízo é real e justo, mas a misericórdia é sempre uma possibilidade para aqueles que se voltam para Deus com um coração sincero. Josias não apenas reconheceu os pecados do povo, mas se colocou diante de Deus com um espírito contrito, e Deus respondeu com graça.

O Livro da Lei revelou que Josias e o povo não estavam de acordo com a Palavra de Deus. Diante dessa descoberta, Josias tomou atitudes marcantes: ele rasgou suas vestes, chorou e se humilhou profundamente diante do Senhor. No versículo 19, vemos a resposta de Deus a essa postura de humildade. Deus diz: “Também Eu te ouvi.”

Este é um momento de conexão profunda entre Josias e Deus. Ouvir, aqui, não é apenas um ato passivo, como escutar sem reação. Ouvir significa entender e responder com atitudes. Josias ouviu a Palavra de Deus e, em resposta, se humilhou, demonstrando arrependimento genuíno e um coração contrito. E, em reciprocidade, Deus também ouviu Josias, mostrando Sua graça e misericórdia.

No versículo 20, Deus faz uma promessa a Josias: “Eis que Eu te ajuntarei a teus pais, e tu serás ajuntado em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar.” Aqui, Deus assegura a Josias que, por causa de sua humildade e arrependimento, ele será poupado de presenciar o juízo que virá sobre Judá. Durante o restante de sua vida, Josias desfrutará de paz, e seus olhos não contemplarão a destruição que Deus trará sobre o povo por sua rebeldia.

Essa promessa demonstra a sensibilidade de Deus diante de um coração que se rende à Sua vontade. Josias se destacou como um homem que ouviu Deus de verdade, e, por isso, Deus fez um acordo com ele: enquanto Josias vivesse, o mal não viria sobre Judá. Deus reconheceu nele um espírito humilde e obediente.

O texto nos ensina que ouvir a Deus não é apenas um ato de percepção, mas de transformação e entrega. Josias não apenas ouviu a leitura do livro; ele agiu em resposta à Palavra de Deus, e isso trouxe um impacto direto sobre sua vida e seu reinado. Deus, por sua vez, reconheceu essa humildade e concedeu-lhe misericórdia.

Quando o rei recebeu essa resposta, os enviados voltaram com a mensagem. Essa conclusão nos lembra que Deus sempre responde àqueles que se humilham diante Dele, mostrando que Seu juízo é justo, mas Sua misericórdia está disponível para aqueles que ouvem e se arrependem.

Josias ouviu Deus, se humilhou, e no mesmo instante, Deus respondeu: “Eu também te ouvi.” Essa reciprocidade entre Deus e Josias demonstra que a humildade e a sinceridade no arrependimento têm um poder transformador diante do Senhor.

Josias, ao perceber o juízo anunciado, não queria que o mal chegasse, mas Deus já havia decretado que o juízo viria sobre Judá. A oração de Josias buscava que o mal fosse evitado, mas o plano de Deus era claro: o mal viria. Contudo, a humilhação de Josias trouxe à tona a misericórdia divina, que superou o juízo. Deus declarou: “Porque você fez isso, enquanto você viver, você terá paz. O mal não atingirá o povo durante sua vida.”

Esse episódio nos ensina algo profundo sobre a humildade diante de Deus. Ser humilde significa reconhecer os próprios pecados, admiti-los diante do Senhor e abandonar as atitudes erradas. Esse tipo de humildade tem um poder extraordinário, capaz de mudar até os planos de Deus. O juízo era certo, mas a intercessão de Josias, marcada por arrependimento e temor, levou Deus a conceder um período de graça.

Reparem em algo importante: Josias buscou a misericórdia antes que o sofrimento chegasse. Ele não esperou pela dor ou por uma ameaça iminente. Ele não estava enfrentando calamidades ou crises em sua vida pessoal. Pelo contrário, tudo estava tranquilo, mas Josias era um homem temente a Deus. Ele tinha sensibilidade espiritual suficiente para compreender a gravidade da situação e tomar uma atitude antes que o mal acontecesse.

Essa história destaca a diferença entre agir preventivamente, movido pelo temor e reverência, e reagir apenas quando a adversidade já está instalada. Josias agiu antes, demonstrando que seu relacionamento com Deus era baseado em uma fé genuína, e não apenas em circunstâncias difíceis.

Que lição poderosa! A atitude de Josias nos ensina que a humildade e o arrependimento não apenas movem o coração de Deus, mas podem postergar o juízo e trazer paz, mesmo em tempos difíceis. Isso é um reflexo do caráter de Deus, que é justo, mas também rico em misericórdia.

Amém? Que essa mensagem nos inspire a sermos sensíveis à Palavra de Deus e a buscarmos Sua misericórdia em todo tempo, reconhecendo que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria.

Portanto, não devemos esperar que o mal venha em nossas vidas para nos convertermos. Deus, em Sua bondade e misericórdia, sempre nos dá um tempo antes que o juízo chegue. Ele nos avisa, nos chama ao arrependimento e nos orienta a fazer o que Ele nos manda. A atitude sábia é atender a esse chamado enquanto há tempo.

Observem como Deus comunicou Sua mensagem nesse relato: primeiro ao sacerdote, depois ao rei, e também à profetisa Hulda. Aqui, vemos a participação da liderança espiritual do povo – o sacerdote, o rei e o profeta – em trazer direção e conduzir o povo segundo a vontade de Deus.

Agora, no segundo momento, a mensagem que foi comunicada à liderança será compartilhada com todo o povo. Este é o ponto central da próxima etapa: a renovação do pacto com o Senhor. A Palavra de Deus, que havia sido lida para o rei, para o sacerdote e comunicada pelo profeta, agora será lida diante de todo o povo.

Essa transição acontece no capítulo 23 de 2 Reis. Após o rei ouvir a Palavra e se humilhar, ele convoca todo o povo para ouvir o Livro da Lei. Este momento marca o início de um grande avivamento espiritual. Mas o que é o avivamento? É quando as pessoas, em grande número, abandonam o pecado e se voltam para Deus.

No capítulo 23, a partir do versículo 1, vemos como Josias lidera essa leitura pública da Palavra. A mensagem agora não é apenas para a liderança, mas para todos. O povo inteiro é confrontado com a Palavra de Deus e chamado a renovar seu pacto com o Senhor.

Vamos observar o início desse capítulo. Não leremos tudo devido ao tempo, mas vejamos um versículo-chave que demonstra como a Palavra de Deus começou a operar poderosamente no coração do povo.

Agora, vamos nos deter no capítulo 23, versículo 3, que será lido pela irmã Rosemary. Este é um momento crucial, onde todo o povo participa da renovação do pacto com Deus. Este foi o momento de voltar-se para Deus, de reafirmar a aliança com o Senhor e abandonar tudo o que estava em desacordo com a Sua vontade.

Após ouvirem a Palavra, o povo tomou uma decisão. E aqui está um princípio espiritual poderoso: para ganhar algo eterno, precisamos perder aquilo que é temporário. Se queremos ganhar o céu, precisamos estar dispostos a perder as coisas deste mundo – tudo o que é pecado e desagrada a Deus. Por outro lado, quem escolhe os prazeres e pecados deste mundo, inevitavelmente, perde o céu. Não há como seguir dois caminhos ao mesmo tempo, como Jesus ensinou: “Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6:24).

No mesmo momento em que o povo escolheu andar com Deus, optou também por abandonar o caminho do pecado. Esse compromisso de renovação é refletido no versículo 4, lido pela irmã Rosemary. Ali, vemos que o povo, sob a liderança de Josias, começou a remover tudo o que desagradava a Deus. O texto detalha como eles destruíram e abandonaram vasos, materiais e objetos que haviam sido usados na idolatria e na adoração a Baal.

A partir do versículo 5, o texto continua descrevendo como o povo renunciou tudo o que estava ligado à idolatria. Era um verdadeiro processo de limpeza espiritual. Eles abandonaram não apenas os ídolos, mas também tudo o que havia se infiltrado na casa de Deus e estava em desacordo com a santidade.

Esse ato de renúncia nos ensina algo essencial: quando nos aproximamos de Deus, Ele nos chama a fazer uma limpeza em nossas vidas. E o nome dessa limpeza é santidade. Santidade significa separação – separar-se de tudo que nos afasta de Deus, para nos consagrarmos inteiramente a Ele.

O compromisso com Deus exige uma decisão clara: renunciar ao pecado e escolher a obediência. Assim como o povo de Israel precisou remover os objetos de idolatria, nós também somos chamados a identificar e abandonar tudo que nos impede de viver em plena comunhão com o Senhor.

Vejam bem, até agora vimos que o Livro da Lei estava perdido, que a lei havia sido violada, e que o rei Josias, ao ouvir a Palavra de Deus, se humilhou profundamente. No segundo ponto, avançamos para observar o povo e o próprio rei fazendo um pacto com Deus, comprometendo-se a andar no conserto, ou seja, no caminho reto e correto diante de Deus.

Agora, no segundo subponto, focamos na destruição dos ídolos. A renovação desse pacto com Deus exigiu que o povo renunciasse a tudo o que era contrário à santidade divina. Esse compromisso implicava perder aquilo que antes faziam parte de suas vidas, especialmente os ídolos e as práticas associadas a eles.

Além dos ídolos, o versículo 7 nos revela algo ainda mais profundo. Não apenas os ídolos foram destruídos, mas também as casas associadas a práticas escandalosas e de prostituição. Naquela época, havia locais dedicados à prostituição em favor dos ídolos, inclusive ligados à casa do Senhor. Isso demonstra a gravidade da corrupção espiritual e moral que havia se infiltrado no povo de Deus.

Josias, ao liderar a renovação do pacto, derrubou essas casas de prostituição, chamadas aqui de casas dos rapazes escandalosos. Estas eram locais onde homens se prostituíam como parte de cultos idolátricos. Essa ação radical de limpeza revela o quanto o pecado já estava enraizado naquela sociedade.

Mas, como vemos em Eclesiastes, “não há nada novo debaixo do sol” (Ec 1:9). Os pecados que enfrentamos hoje são replicações de erros antigos, formas diferentes das mesmas transgressões que têm desviado a humanidade ao longo dos tempos.

O que aprendemos com essa renovação é que, para ganhar a santidade, é necessário deixar o pecado. O povo de Deus precisou abandonar tanto os ídolos quanto as práticas que os desonravam, como a prostituição ligada ao culto pagão. A santidade exige separação, exige que deixemos para trás tudo o que desagrada ao Senhor e nos dediquemos exclusivamente a Ele.

Josias liderou o povo nesse caminho, mostrando que a verdadeira restauração espiritual começa com a renúncia ao pecado e a destruição de tudo o que nos afasta de Deus. Essa é a essência da santidade: abandonar o velho para receber o novo de Deus.

Se não abrirmos mão dos pecados, vamos ganhar o céu? É claro que não. A Bíblia nos ensina que sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). Assim como o povo de Israel precisou abandonar e destruir tudo o que os afastava de Deus para experimentar Sua graça e poder, nós também precisamos renunciar ao pecado e às práticas que desagradam a Deus.

Para eles, a renovação do pacto com Deus exigiu ações concretas: deixar, abandonar e destruir tudo o que era contrário à vontade divina. Eles tiveram que derrubar ídolos, eliminar práticas de prostituição e purificar a casa de Deus. Só assim puderam construir uma vida de obediência e comunhão com o Senhor.

E conosco não é diferente. A transformação espiritual começa quando reconhecemos nossos erros e nos voltamos para Deus, abandonando tudo que nos separa d’Ele. Assim como o povo de Israel, somos chamados a fazer escolhas claras: seguir os caminhos do Senhor ou permanecer no pecado.

Após a leitura da Palavra, o povo firmou um pacto com Deus, um acordo de seguir corretamente os caminhos do Senhor. Esse compromisso foi baseado na Palavra de Deus, no que estava escrito, e foi acompanhado de ações práticas de obediência e santificação.

A lição é clara: não há vida com Deus sem renúncia ao pecado. Para vivermos em Sua graça e experimentarmos Seu poder, precisamos abandonar tudo o que nos afasta de Sua presença. É uma decisão que exige coragem, mas que traz como recompensa uma vida de comunhão com Deus e a esperança do céu.

Amém?

Hoje, mais do que nunca, não podemos seguir pessoas, como bem disse o pastor Emmanuel. Não há mais necessidade disso, porque temos a Bíblia em nossas mãos, que nos mostra claramente o que é certo e o que é errado. A Palavra de Deus é suficiente para nos guiar no caminho correto. Amém?

Agora, a irmã Carmen levantou um ponto interessante: na fala, tudo parece fácil, porque parece que é só escolher o outro lado, o lado oposto, o lado certo. Mas, quando chega o momento de colocar em prática, o que acontece? Surge um desencontro entre a nossa vontade e a vontade de Deus. Esse conflito interno é o que torna a mudança tão difícil.

Por exemplo, quando a Bíblia ordena: “Não te prostrarás diante de ídolos” (Êx 20:5), a vontade natural do homem muitas vezes é exatamente o oposto. O coração humano tem a tendência de buscar ídolos, de se apegar a coisas que tomam o lugar de Deus. Enquanto isso, a vontade de Deus é clara: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3). Há um choque constante entre o que queremos e o que Deus quer para nós.

E por que isso é difícil? Porque toda vez que enfrentamos essa escolha – entre o desejo da carne e a obediência à Palavra – surge uma guerra dentro de nós. Essa batalha acontece no coração e na mente: nossa vontade quer os ídolos, mas nossa consciência, iluminada pela Palavra de Deus, nos chama a rejeitá-los.

Quem vence essa batalha? Isso depende de quem está no controle:

  • Se for a vontade da carne, seremos inclinados a ceder ao pecado.
  • Mas, se for a nossa consciência, guiada pela vontade de Deus, seremos capazes de dizer “não” ao pecado e escolher o caminho da santidade.

Essa luta interna é real e desafiadora, mas também é parte essencial do nosso crescimento espiritual. Quando decidimos obedecer a Deus e colocamos Sua vontade acima da nossa, demonstramos que Ele é Senhor sobre nossas vidas.

Amém? Que possamos permitir que a Palavra de Deus guie nossas escolhas, mesmo quando a batalha parecer difícil, lembrando que o Espírito Santo nos capacita a vencer.

A consciência de muitas pessoas, como diz a Bíblia, está cauterizada (1 Tm 4:2). O que isso significa? Significa que a consciência está amarrada, enfraquecida, sem poder. É como se a vontade tomasse o controle, rendendo a consciência, algemando-a e a tornando refém. Nessa condição, quem governa é a vontade, e não a consciência.

Esse é o estado de falta de domínio próprio, que a Bíblia identifica como um sinal de afastamento de Deus. Mas o que é domínio próprio? Domínio próprio é quando a consciência está livre e firme, não governada pela vontade. É quando a vontade não manda mais em nós; ao contrário, nossa consciência, guiada pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo, passa a exercer o controle.

Aqui entra um ponto crucial: deixar as coisas do mundo. Se não temos domínio sobre nossa vontade, permanecemos no pecado, porque a vontade humana está, por natureza, em oposição à vontade de Deus. O apóstolo Paulo explica isso em Romanos 8:7: “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não se sujeita à lei de Deus, nem pode fazê-lo.”

Portanto, o que deve nos governar não é a nossa vontade, mas nossa consciência. E essa consciência precisa estar fundamentada na verdade da Palavra de Deus. É a consciência, renovada pelo Espírito Santo, que nos ajuda a dominar nossos impulsos e desejos carnais e nos capacita a viver uma vida em obediência ao Senhor.

A falta de domínio próprio nos mantém presos ao pecado, mas o fruto do Espírito – entre eles, o domínio próprio (Gl 5:22-23) – nos liberta para viver de acordo com a vontade de Deus. Quem está no controle da sua vida? Sua vontade ou sua consciência, guiada por Deus?

Amém? Que possamos buscar o Espírito Santo para nos fortalecer e nos dar domínio próprio, para que não sejamos reféns de nossas vontades, mas servos fiéis de Cristo.

A consciência é o centro do nosso domínio. É ela que deve dominar nossas vidas, um domínio que a Bíblia chama de domínio próprio. Esse domínio próprio é a capacidade de dominar a si mesmo, especialmente a própria vontade. Mas o que significa dominar a própria vontade? Significa não ceder aos nossos impulsos ou desejos naturais, ou seja, não fazer aquilo que queremos fazer quando isso vai contra a vontade de Deus.

Domínio próprio é uma marca de maturidade espiritual. Sem ele, corremos o risco de “nadar, nadar e morrer na praia”, porque a vida cristã exige que aprendamos a lutar contra a inclinação natural do nosso coração. A vontade humana, por si só, deseja as coisas da carne, e é necessário um esforço contínuo e intencional para resistir a essas inclinações.

Por exemplo, quando sentimos fome, nossa vontade nos impulsiona a comer. Isso é natural. Mas no sentido espiritual, a alma também tem desejos – desejos que frequentemente nos levam ao pecado. E para treinar nossa resistência ao pecado, Deus nos deu uma ferramenta prática e física: o jejum.

O jejum é uma arma poderosa que Deus nos ensinou a usar. Ele é material, não espiritual, pois lida diretamente com o corpo e seus desejos. Quando jejuamos, nosso corpo clama por comida, nossa vontade deseja comer. Mas, ao resistirmos a essa vontade, estamos treinando nosso espírito para aprender a dizer “não” aos desejos da carne.

O jejum é, portanto, um treinamento físico que reflete e fortalece nossa capacidade de resistir no plano espiritual. Quando conseguimos dizer “não” à fome no jejum, estamos desenvolvendo a força necessária para dizer “não” às tentações espirituais que enfrentamos no dia a dia.

Esse exercício não apenas fortalece nosso domínio próprio, mas também nos ensina a não permitir que nossa vontade mande em nós. É um passo essencial no nosso crescimento espiritual, para que possamos viver uma vida alinhada com a vontade de Deus, e não com nossos próprios desejos.

Que possamos praticar o domínio próprio em todas as áreas de nossas vidas, sabendo que o Espírito Santo nos capacita a resistir e a viver de forma que glorifique a Deus. Amém?

Se não tivermos essa consciência, nada vai adiantar. Deus não vai intervir diretamente para nos impedir de pecar. Ele não vai pegar na nossa mão e nos tirar do pecado quando estivermos prestes a errar. Se estivermos na idolatria ou em qualquer outro pecado, a responsabilidade é nossa. Deus nos dá os recursos, mas cabe a nós decidir e lutar contra nossas inclinações.

O apóstolo Paulo, em Romanos 7:19, expressa essa luta interna: “Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.” Essa é a realidade da natureza humana marcada pelo pecado. Não estamos falando apenas dos pecados que cometemos, mas da natureza pecaminosa que herdamos desde o nascimento. Desde criança, já nascemos inclinados ao mal – essa é a consequência do pecado original.

Se não tivermos a consciência de que a nossa própria vontade é o nosso maior inimigo, seremos dominados por ela. E, para vencer, precisamos treinar nossa vontade. Como fazemos isso? Resistindo ativamente. Treinar significa fazer o contrário do que a nossa vontade deseja.

Por exemplo, quando sentimos vontade de comer algo, mas resistimos intencionalmente, estamos treinando o domínio próprio. É como diz o ditado: “O peixe morre pela boca.” Se reagimos e decidimos não ceder à vontade – mesmo que seja algo aparentemente simples – estamos fortalecendo nossa capacidade de resistir às tentações maiores.

A vontade natural do homem está sempre inclinada para o mal. É por isso que nossas vidas, sem a transformação de Deus, são naturalmente voltadas ao pecado. Mas, quando reagimos conscientemente contra essa inclinação e buscamos o caminho oposto, mostramos a Deus que queremos mudar. E é nesse momento, quando mostramos esforço e desejo genuíno de seguir Sua vontade, que Deus age e nos ajuda, dizendo: “Eu também te ouvi.”

No entanto, precisa haver esforço. Deus não faz tudo sozinho; Ele nos capacita, mas exige nossa disposição. É por isso que Jesus disse: “O Reino dos céus é tomado à força, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:12). O caminho para o céu não é leve ou fácil; é uma luta diária que exige determinação, força e disposição.

Que possamos, com esforço e com a ajuda de Deus, resistir à nossa natureza pecaminosa e caminhar na direção da santidade, sabendo que Ele está ao nosso lado, pronto para nos fortalecer e nos ouvir quando buscamos Sua presença com sinceridade.

Amém?

Quando há essa luta interna, e Deus vê o esforço genuíno da pessoa em se tornar melhor e se desviar do pecado, Ele age. Vemos isso claramente na vida de Josias. Ele demonstrou um esforço consciente para sair da lama, para buscar a Deus e entender o que estava escrito na Sua Palavra. Josias queria saber o que fazer, o que estava por vir, e o que Deus tinha preparado. Ele tomou uma atitude, mostrou humilhação e esforço, e foi então que Deus entrou em cena.

Mas, primeiro, a pessoa precisa se esforçar. Não é algo que acontece de forma automática ou “de mão beijada”. O caminho para vencer o pecado exige luta e esforço. Toda vez que falamos de pecado, precisamos lembrar que a batalha acontece dentro de nós.

Não podemos culpar ninguém por nossos erros. Não podemos dizer: “Eu pequei por causa de fulano, de ciclano ou de beltrano.” Isso é mentira. O pecado é uma escolha que fazemos dentro de nós mesmos. Cada erro que cometemos é resultado de nossa própria vontade.

Diante de Deus, cada um de nós tem consciência e vontade. A consciência nos mostra o que é certo, enquanto a vontade nos inclina para o que é errado. É nessa luta que devemos nos esforçar, resistir e escolher o caminho da obediência a Deus.

Como Josias, precisamos buscar a Deus com sinceridade e agir com determinação. Não é fácil, mas é possível quando nos colocamos diante do Senhor, reconhecendo nossos erros, nos humilhando e pedindo Sua força para vencer.

Que possamos lembrar que a luta contra o pecado é nossa responsabilidade. Deus nos ajuda, mas cabe a nós tomar a decisão de lutar contra nossas inclinações e buscar uma vida alinhada à Sua vontade.

Amém?

Toda vez que eu peco, é porque minha vontade prevaleceu. Não é que ela seja mais forte por natureza, mas porque eu deixei que ela fosse mais forte do que a minha consciência. A responsabilidade, portanto, é sempre minha. Não é do marido, da esposa, dos filhos, do patrão, do vizinho ou de qualquer outra pessoa. É da pessoa que cometeu o erro.

Por isso, precisamos treinar nossa consciência para que ela seja mais forte do que a vontade. Amém? Isso não é fácil e, infelizmente, nem todo mundo está disposto a passar por esse processo. Mas, para sermos cristãos de verdade, não basta orar, ler a Bíblia e falar de Deus. Precisamos mostrar isso em nossas atitudes.

Por exemplo, de que adianta orar e, no momento em que alguém te provoca ou perturba, você xingar? Nesse caso, sua vontade falou mais alto do que a consciência. Deu pra entender? Da mesma forma, não adianta ler a Bíblia e, quando alguém começa a fofocar, você abrir os ouvidos para ouvir o que não deveria. A vontade de fofocar – algo que a natureza humana gosta – foi maior do que a sua consciência.

Ser cristão significa nadar contra a correnteza. O vento do mundo é sempre favorável ao mal, mas nós somos chamados a remar contra ele. E isso requer esforço. Amém?

Que possamos, com determinação e auxílio do Espírito Santo, fortalecer nossa consciência e resistir às inclinações da carne. Essa é a luta diária de todo cristão que deseja viver de forma que agrada a Deus.

Irmãos, com isso concluímos a nossa lição de hoje. Que possamos refletir e colocar em prática tudo o que aprendemos. Amém?

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